Em um jantar reservado repleto de autoridades do atual governo e de gestões anteriores, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aproveitou a ocasião para fazer um balanço de seus quase oito anos como senador e dar vários recados a todos os Poderes da República, sobretudo a importância da defesa da democracia.
"A democracia se faz numa construção, tijolo por tijolo, construindo e não permitindo que ela seja destruída", afirmou, no evento em homenagem a ele, nesta quarta-feira, organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Ele destacou que o Senado se tornou "absolutamente atento a qualquer absurdo forjado em rede social, de questionamento e de críticas ao sistema democrático". Ressaltou que procurou defender o Judiciário, porque as primeiras instituições a serem atacadas "pelos saudosos da ditadura" são os juízes, "porque eles são os capazes, com a força da caneta, limitar isso".
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Ao comentar sobre os desafios de comandar o Legislativo, Pacheco mencionou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e afirmou que a posição exige "coragem e decência de poder criticar qualquer arroubo ou bravata no sentido de abalar a democracia, quando havia desfiles de tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios".
“Eu quero dizer que o Renan sabe exatamente, porque já foi presidente da Casa por mais de uma vez e sabe o quanto difícil é lidar com as incompreensões”, declarou, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No discurso de pouco mais de 20 minutos, o senador defendeu a regulação da inteligência artificial e afirmou que, no país, quem for contra isso “é porque quer a desordem, a desorganização”.
Ele recordou que o Legislativo, nos últimos 10 anos, realizou reformas importantes como a trabalhista, a da Previdência e a tributária. Também fez um elogio ao trabalho da imprensa na defesa da democracia.
Pacheco ainda ressaltou a importância do setor de mineração, não apenas para o Brasil, mas para Minas Gerais, e defendeu o desenvolvimento desse tipo de atividade “com responsabilidade social, com responsabilidade ambiental e com governança".
Na abertura do evento, o presidente do Ibram, Raul Jungmann, enfatizou o papel do senador à frente do Congresso na defesa da democracia. “É preciso ressaltar que o presidente do Congresso tem se distinguido na defesa da democracia no Brasil e isso num momento em que o mundo, e não apenas o Brasil, atravessa turbulências, preocupações e dilemas nesse tema importante para todos nós”, disse.
Em seguida, o ministro Edson Fachin, presidente interino do Supremo Tribunal Federal (STF), mencionou o processo de produção de confiança para o cumprimento da Constituição. “Todos nós temos um dever de casa a fazer, quer nas nossas relações pessoais, quer nas nossas atividades profissionais, que é de produzir confiança. E, essa produção de confiança, certamente tem um canteiro de obras onde ela se dá. E esse canteiro é demarcado pelo teor da Constituição brasileira”, frisou. “Quando se homenageia quem se postou na defesa das instituições em momentos difíceis, estamos a homenagear a importância da institucionalidade. Pessoas dissentem, divergem, mas não podemos dissentir da institucionalidade. É dentro da institucionalidade que devemos resolver os eventuais dissensos e encontrar ali posições de respeito, de reciprocidade e de produção recíproca de confiança”, acrescentou.
Além de Fachin, participaram do evento os ministros de governo Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública); José Múcio Monteiro (Defesa); Aniele Franco (Igualdade Racial); General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional); Alexandre Padilha (Relações Institucionais); o presidente do Correio Braziliense, Guilherme Machado, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
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