O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na manhã desta segunda-feira (8/7), da cúpula do bloco comercial sul-americano, o Mercosul. O grupo formado por Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, não teve a representação do presidente argentino, Javier Milei, que passou o final de semana em Santa Catarina em um congresso conservador com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O encontro oficializa a entrada da Bolívia no grupo.
Sem Milei, Lula não deixou de criticar aqueles que chamou de falsos democratas e saudou a posição do bloco em se opor firmemente à tentativa de golpe de estado na Bolívia há poucas semanas.
“Não há atalhos para a democracia, precisamos permanecer vigilantes, falsos democratas tentam solapar as instituições e colocar elas a serviço de interesses reacionários. Enquanto a nossa região seguir entre as mais desiguais do mundo a estabilidade política permanecerá ameaçada. Democracia e desenvolvimento andam lado a lado”, disse Lula.
O presidente paraguaio, Santiago Peña, disse que o Mercosul "é um exemplo exitoso de integração e que não há outro caminho" para a região. O chefe de estado do Paraguai, de orientação política de centro direita, reconheceu que há diferenças de visões políticas e ideológicas entre os governantes do bloco, mas também apontou que a democracia não pode ficar apenas nos discursos e defendeu que todos os países da região se dediquem ao avanço de uma "democracia com conteúdo", uma "democracia de resultados".
Bolívia
A entrada da Bolívia no Mercosul deve ser oficializada no fim do encontro dos chefes de estado do bloco, e por isso também participa do encontro em Assunção, a capital paraguaia, o presidente boliviano, Luis Arce. O país andino, que passou por uma tentativa fracassada de golpe militar, já teve o ingresso ao bloco aprovado no seu parlamento nacional.
O presidente Lula parte do Paraguai nesta terça-feira (9/7) para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para uma viagem que já estava marcada para marcar a entrada do país no Mercosul. Com a tentativa de golpe há duas semanas, a visita oficial ainda toma o significado de defender o apoio do Brasil à democracia na Bolívia, depois de Lula condenar fortemente qualquer tentativa de golpe na região durante o seu discurso na cúpula do Mercosul.
Mercado Comum
O Mercosul, ou Mercado Comum do Sul, foi criado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, em 1991. Em 2012 teve o ingresso da Venezuela, que foi suspensa pouco depois, em 2016, pelo descumprimento da cláusula democrática do bloco.
Agora com a Bolívia, o bloco amplia para além dos membros fundadores. Além dos cinco Estados membros, o bloco também tem Estados associados, como a Colômbia e o Chile, que participam de algumas das negociações comerciais com o bloco.
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