INVESTIGAÇÃO

Michelle Bolsonaro não foi indiciada por "ausência de provas"

PF indiciou Jair Bolsonaro e 11 pessoas, mas não incluiu Michelle. Segundo corporação, ela não teria conhecimento sobre as negociações das vendas das joias

Michelle não foi indiciada por "ausência de provas" de que ela tinha conhecimento sobre as negociações das vendas -  (crédito: Flickr/Alan Santos/PR)
Michelle não foi indiciada por "ausência de provas" de que ela tinha conhecimento sobre as negociações das vendas - (crédito: Flickr/Alan Santos/PR)

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) não foi indiciada pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura a venda ilegal de joias que faziam parte do acervo presidencial no exterior.

Inicialmente apontada como a destinatária das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria recebido do governo da Arábia Saudita, Michelle não foi indiciada por "ausência de provas" de que ela tinha conhecimento sobre as negociações das vendas, de acordo com informações do jornal O Globo.

As investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados teve início quando a notícia de que um ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque tentou entrar no Brasil com um junto de joias que seria um presente a Michelle Bolsonaro.

Inicialmente, a ex-primeira-dama negou conhecimento sobre o conjunto de joias. No entanto, posteriormente acabou assumindo que um kit de joias masculinas foi entregue no Palácio da Alvorada.

Sem pressa

Ainda segundo o jornal O Globo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não deve ter pressa para analisar o relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmam que é preciso examinar o caso com o cuidado devido e sem "atropelos".

A expectativa é que a conclusão do caso seja apresentada apenas em 2025. O objetivo é evitar acusações de tentativa de influenciar nas eleições municipais, que começam oficialmente no dia 16 de agosto, segundo o calendário eleitoral definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Indiciamento 

Na quinta-feira (4/7), a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 11 pessoas no inquérito das joias. A operação investiga se Bolsonaro e ex-assessores se apropriaram indevidamente de joias milionárias entregues como presente quando era presidente do Brasil.

O ex-presidente foi indiciado por peculato (apropriação de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os demais são indiciados por associação criminosa, além de outros crimes. 

Confira os indiciados:

  • Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia de Bolsonaro, indiciado por peculato e associação criminosa;
  • José Roberto Bueno Júnior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia, indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro;
  • Julio César Vieira Gomes, auditor-fiscal e ex-secretário da Receita, indiciado por peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa;
  • Marcelo da Silva Vieira, chefe do gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República no mandato de Bolsonaro, indiciado por peculato e associação criminosa;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, indiciado por lavagem de dinheiro;
  • Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque, indiciado por peculato e associação criminosa;
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro;
  • Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação, indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa;
  • Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa;
  • Mauro Cesar Lourena Cid, general da reserva do Exército, indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa;
  • Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro, indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O relatório final com as conclusões da investigação e os detalhes sobre os indiciamentos será enviado para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator do caso.

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postado em 05/07/2024 10:54 / atualizado em 05/07/2024 10:55