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Entidades defendem que taxação de energia renovável aumentará tarifas

Durante comissão da Câmara, setores de energia criticam projeto que pretende taxar energia eólica e solar em 7% do valor total das usinas

Audiência Pública - PL 3864/2023: Cobrança de compensação financeira de agentes geradores de energia eólica e solar. -  (crédito: Elio Rizzo / Câmara dos Deputado)
Audiência Pública - PL 3864/2023: Cobrança de compensação financeira de agentes geradores de energia eólica e solar. - (crédito: Elio Rizzo / Câmara dos Deputado)

A audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados debateu, nesta terça-feira (2/7), o  PL 3864/23, de autoria do deputado Bacelar (PV-BA), que prevê a compensação financeira aos estados e municípios sobre as energias renováveis geradas nos próprios territórios. Entidades do setor elétrico e industrial afirmam que o projeto afetará os investimentos no setor e penalizará o consumidor e que a análise do texto fosse postergada pela comissão.

O gerente de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto Wagner Pereira, demonstrou que os encargos do setor elétrico que serão repassados ao consumidor, caso o projeto seja aprovado, podem variar de R$ 870 milhões a R$ 1,39 bi por ano.  

O presidente do Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (Fmase), Marcelo Moraes, apontou que não é o momento para a discussão. “O mundo está vivendo uma transição energética, está buscando lugares para se instalar com energia limpa e renovável. E o Brasil, nessa corrida global, se coloca numa posição muito favorável”, argumentou. 

Durante a comissão, o diretor técnico e regulatório da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Carlos Dornellas, apresentou um parecer jurídico que contesta a constitucionalidade do PL. Segundo ele, a exploração de energias renováveis não se enquadram nos bens da União passíveis de compensação financeira, como os recursos hídricos e minerais. “Não há que se falar, nesse momento, em cobrança de ‘royalties’ sobre um bem que não está arrolado como bem da União”, disse. 

A presidente da comissão, deputada Silvia Waiâpi (PL-AP), reconheceu as críticas dos convidados e se comprometeu a levá-las ao relator. “Entendo essa perspectiva. Agora vou sentar com o relator e conversar a partir de todo o material apresentado”, disse. 

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

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postado em 02/07/2024 19:59
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