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PSol vai à PGR contra comentário de Ricardo Salles sobre a Bolívia

Deputado bolsonarista postou em rede social que os militares bolivianos tiveram "coragem" para dar um golpe de Estado, que fracassou. Já Bia Kicis publicou um "graças a Deus" para a quartelada no país vizinho

O PSol-RJ ingressou, ontem, com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado de Ricardo Salles por causa do comentário que o parlamentar do PL-SP fez no X (antigo Twitter) — "En Bolivia, las melancias tienen cojones", escreveu, embora tenha apagado depois. Segundo o partido, a publicação é um explícito apoio à tentativa de golpe de Estado no país vizinho, quando o general Juan José Zúñiga tentou derrubar o presidente Luis Arce, na quarta-feira.

A representação é assinada pelos deputados Glauber Braga (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP). Eles salientam no documeto à PGR que "é indisfarçável a motivação autoritária e antidemocrática do parlamentar representado, quando comenta em rede social, com ironia, que o Exército boliviano, sim, tem coragem de dar um golpe de Estado; coisa que o Exército brasileiro deveria fazer, caso tivesse coragem de verdade".

Para os deputados, a manifestação de Salles "comemora a tentativa de golpe de Estado ocorrida no país vizinho, além de demonstrar claramente sua frustração com o fato de o Exército brasileiro não ter feito o mesmo no Brasil.

Ao mesmo tempo em que representam contra Salles — que é ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro —, Glauber apresentou à Mesa Diretora da Câmara, também ontem, um pedido de afastamento cautelar do parlamentar. "Até quando deputados golpistas não serão responsabilizados? O que fez o senhor Ricardo Salles foi apoiar um golpe na Bolívia e incentivar um golpe no Brasil. Que seja afastado cautelarmente", pediu o deputado do PSol.

Mas Salles não foi o único deputado da oposição a se manifestar favoravelmente à tentativa de golpe na Bolívia. A deputada Bia Kicis (PL-DF) também fez uma publicação referindo-se à frustrada quartelada no país vizinho. "Graças a Deus", publicou ela também no X, mas pouco depois retirou o comentário. "Golpe de estado na Bolívia? Se não tem velhinhas com a Bíblia na mão, cabeleireiras armadas com batom, famílias cantando o Hino Nacional e rezando, não é golpe!", ironizou ela, em novo comentário.

Outro bolsonarista que fez ironia com a tentativa de golpe na Bolívia foi Gustavo Gayer (PL-GO). Aproveitou, também, para atacar o Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes. "Moraes! Corre lá na Bolívia urgente! Tem uma democracia que precisa ser salva", publicou.

 

 

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