Orçamento

Lula descarta desvincular BPC e pensões do salário mínimo

O presidente também rebatou críticas sobre a sua gestão gastar demais, e disse que o governo está fazendo uma revisão sobre a qualidade dos gastos, incluindo benefícios fiscais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nesta quarta-feira (26/6) desvincular o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as pensões do salário mínimo. Segundo o petista, o país não vai resolver os problemas econômicos “apertando o mínimo do mínimo”.

O chefe do Executivo voltou a defender que é preciso aumentar a arrecadação do governo federal, e criticou a taxação sobre compras de até US$ 50 em sites internacionais e os benefícios fiscais, que estuda cortar.

“Não é possível, porque eu não considero isso gasto. A palavra salário mínimo é o minimum minimorum que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu acho que vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado. Eu não vou para o céu. Eu ficaria no purgatório”, respondeu Lula ao ser questionado durante entrevista ao UOL

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O governo busca alternativas para acertar as contas públicas, e uma das possibilidades consideradas foi desvincular o BPC e as pensões do salário mínimo. A medida diminuiria o impacto da correção dos benefícios, estimada em R$ 1,3 trilhão nos próximos 10 anos.

Revisão dos gastos públicos 

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, porém, já havia descartado essa possibilidade. Atualmente, os benefícios são corrigidos de acordo com o mínimo, ou seja, anualmente e acima da inflação.

Sobre o corte de gastos, o presidente rebateu as críticas de que sua gestão gasta demais. “O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar. Ou seja, temos que aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, afirmou Lula. “O que nós precisamos saber é o seguinte: o gasto está sendo bem feito? O dinheiro está sendo utilizado para alguma coisa que vai melhorar o futuro desse país? Eu acho que está”, emendou.

Questionado sobre a revisão de benefícios fiscais, o petista defendeu que a desoneração tem que ser feita de forma pontual e temporária, para incentivar o crescimento de determinados setores. Ele também afirmou que o governo está fazendo uma revisão sobre a qualidade dos gastos.

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