Manifestantes voltaram a protestar neste domingo (23/6) contra o Projeto de Lei "antiaborto", que equipara o aborto legal ao crime de homicídio. Protestos ocorreram, pelo menos, em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Os protestos ocorrem apesar de um recuo do Congresso Nacional. Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o texto só será discutido após as eleições de outubro. Os manifestantes, porém, pedem que o projeto seja arquivado, e Lira foi o principal alvo das insatisfações. Eles chegaram a queimar bonecos à imagem do parlamentar.
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Em São Paulo, o ato ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). No Rio, ocorreu na Praia de Copacabana. Já na capital mineira, os manifestantes se reuniram na Praça Sete, centro de Belo Horizonte. Grande parte do público é formada por mulheres, carregando placas como "criança não é mãe", "estupradores e pedófilos não são pais de família" e "aborto legal já".
Manifestantes queimaram bonecos de Lira
O principal pedido é que o PL 1.904/24 seja arquivado. O texto prevê que a pena pelo aborto em situações hoje legalizadas, como o estupro e risco de vida à mãe, seja de até 20 anos. Por sua vez, a pena máxima pelo crime de abuso sexual é de 10 anos. Dessa forma, o texto pune de forma mais dura a vítima que decida abortar do que o estuprador.
Em São Paulo e em Belo Horizonte, manifestantes queimaram bonecos de papelão com o rosto de Arthur Lira. Ele é o principal alvo dos protestos sobre o PL, já que aprovou, em apenas 23 segundos, o requerimento de urgência para tramitação. Porém, com a repercussão negativa, voltou atrás e postergou a discussão. O presidente da Câmara anunciou ainda que vai criar uma Comissão para debater o tema.