BANCO CENTRAL

PT aciona justiça contra Campos Neto: 'Quebra de imparcialidade'

Ação que questiona a imparcialidade do presidente do Banco Central foi tomada no dia em que o órgão divulgará a Selic. PT chama Campos Neto de político

O PT acionou a justiça, nesta quarta-feira (19/6), contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por "quebra de imparcialidade" na conduta do órgão. A ação pede uma liminar para que Campos Neto "se abstenha de fazer pronunciamentos de natureza político-partidária, ou ainda que deixe de pronunciar qualquer apoio a candidatura ou pretensão de ocupação de cargo político, enquanto perdurar o exercício do cargo”. (Veja a ação aqui).

Assinada por deputados federais da bancada do PT na Câmara, a ação cita como exemplo de parcialidade política à frente do BC uma reunião entre Campos Neto e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ocorrida na noite de segunda-feira (10/6), na capital paulista. No dia do encontro, o presidente do BC havia sido homenageado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

No processo, o PT elenca reportagens que atestam este encontro. “Essa ostensiva motivação político-partidária, inúmeras vezes divulgada pela imprensa, sugere uma possível interferência na imparcialidade política que se impõe àquele que ocupa a posição mais alta junto ao Banco Central do Brasil”, enfatiza a bancada do PT. 

Selic

A ação popular foi movida contra Campos Neto no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão vinculado ao Banco Central, anunciará a taxa básica de juros (Selic). No campo monetário, o PT e Campos Neto travam mais uma divergência.

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Campos Neto — austero na diminuição da Selic trabalha — trabalha para "prejudicar o país". Em entrevista à rádio CBN na terça (18/6), o petista falou que ele tem "lado político". "Só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: o comportamento do Banco Central. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia", afirmou Lula.

O Correio contatou a assessoria de comunicação do Banco Central para solicitar um posicionamento sobre a ação popular movida pela bancada do PT na Câmara contra Campos Neto. Até a publicação da reportagem, não houve respostas. 

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