ENTREVISTA

Lula admite contradição, mas defende exploração de petróleo na Margem Equatorial

A extração na região da Foz do Rio Amazonas não foi autorizada pelo Ibama devido ao impacto ambiental que acidentes podem gerar no bioma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, mais uma vez, a exploração de petróleo na Margem Equatorial, mesmo admitindo que a medida vai na contramão da transição energética. “É contraditório? É, porque nós estamos apostando muito na transição energética”, declarou o presidente em entrevista ao Jornal da CBN nesta terça-feira (18/6). 

Lula, no entanto, argumentou que “enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo”. Além de não se adequar às políticas nacionais e globais de desenvolvimento sustentável, os riscos de exploração de petróleo na área incluem impactos na Foz do Amazonas, que pode devastar o bioma amazônico em caso de acidentes e derramamento de óleo.

A exploração de petróleo na região da Margem Equatorial próxima à Foz do Rio Amazonas, no Amapá, não foi autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que exige uma série de regras para evitar um desastre no bioma. Questionado sobre a aprovação, Lula comentou: “Em algum momento eu vou chamar o Ibama, a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente na minha sala para tomar uma decisão”.

O tema já havia sido defendido pelo presidente em 12 de junho, durante o Fórum da Iniciativa de Investimento Futuro, no Rio de Janeiro. No evento organizado por investidores da Arábia Saudita, Lula afirmou que o país não poderia “jogar fora” a oportunidade de explorar o local.

Durante entrevista, o presidente também falou sobre os benefícios fiscais e fez críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto

 

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