Três detentos assumiram a autoria dos assassinatos de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê, assassinados a facadas, ontem, na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau (SP). Os dois mortos, de 48 anos, foram presos por suspeita de envolvimento no plano de atentado contra o ex-ministro da Justiça e hoje senador Sergio Moro (União-PR).
A motivação para o duplo homicídio está sendo investigada, mas fontes das secretarias de Segurança do estado de São Paulo e da Administração Penitenciária consideram a hipótese mais viável para o crime um acerto de contas dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC) — ao qual Nefo e Re eram ligados. Os crimes teriam sido encomendados pelo comando da organização criminosa por conta do fracasso do plano de resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e dos atentados contra autoridades.
Os assassinos de Nefo e Re se entregaram à direção do presídio, foram isolados dos demais e vão responder pelos crimes. Uma fonte que teria testemunhado as mortes afirmou que os assassinatos aconteceram depois ao almoço, durante o banho de sol. Nefo foi morto primeiro, no banheiro do presídio. Em seguida, Re foi esfaqueado no pátio da penitenciária.
A dupla fazia parte da célula do PCC autodenominada Sintonia Restrita, que funciona como um centro de inteligência da facção. Além do sequestro de Sergio Moro, estavam na mira da facção criminosa o promotor Lincoln Gakiya — que há 20 anos investiga o PCC —, e outros agentes públicos. Eles eram réus na Operação Sequaz e foram presos em março do ano passado.
Caso o sequestro de Moro, Gakyia e outras autoridades fosse bem sucedido, a ideia era trocar a libertação deles pela soltura de Marcola — chefe do PCC, preso há 24 anos e condenado há mais de 300 por homicídios, roubos, sequestros e tráfico de drogas.
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