O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar uma solução negociada para pôr fim aos conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e o grupo terrorista Hamas. Ele enfatizou a posição do governo brasileiro — que é motivo de críticas — diante dos países que integram a cúpula do G7, que explicitamente apoiam o governo de Volodymyr Zelensky contra o de Vladimir Putin. Mas o grupo dos sete países mais ricos do planetas se dividem com posturas ora firmes, ora lenientes, quando a questão é a interrupção do confronto no Oriente Médio.
Lula mais numa vez defendeu a proposta formulada pelo Brasil e pela China para intermediar o conflito entre russos e ucranianos. "Está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz", salientou. O presidente declinou do convite de participar da conferência, organizada pela Suíça e que se realiza a partir de hoje, para tratar da guerra. Zelensky comparecerá.
Ele também condenou as ações de Israel na Faixa de Gaza e afirmou que o direito de defesa de Israel transformou-se em vingança. "Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças", pontuou.
Para Lula, também chegou o momento de os países pensarem seriamente na taxação dos super-ricos. "Passou da hora de os super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia", observou, mandando um recado na direção do bilionário Elon Musk — que desafiou o Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçou não cumprir leis brasileiras, caso o X (ex-Twitter) fosse obrigado pela Corte a remover alguma publicação.
Encontros
Em relação aos encontros bilaterais, Lula esteve com o Papa Francisco, que também participou da cúpula do G7. O tema do encontro com o sumo pontífice foi o combate à fome e a redução das desigualdades.
Lula também esteve com o presidente francês Emmanuel Macron, que dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas, por causa do avanço da extrema direita no Parlamento Europeu. Mas a pauta do encontro foi a colaboração dos países no combate ao garimpo ilegal no Brasil e na Guiana Francesa.
O presidente encontrou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para tratar do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia — travado pela França e sem perspectiva de avanço. Esteve ainda o presidente da Turquia, Recep Erdogan, que pediu apoio para que seu país integre o Brics — bloco originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Também houve reunião com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que confirmou a vinda à cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro.
Hoje, Lula se encontra com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e com a presidente da Itália, Giorgia Meloni.
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