O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não ter pressa em resolver a situação do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, indiciado pela Polícia Federal por suspeita de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O chefe do Executivo destacou que conversará com o titular da pasta antes de tomar uma decisão sobre o futuro dele no governo.
"Eu acho que o fato de o cara ser indiciado não significa que cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e que a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes, e ele tem o direito de provar que é inocente. Eu não conversei com ele ainda, eu vou conversar e vou tomar uma decisão sobre esse assunto", ressaltou Lula, em conversa com jornalistas em Genebra, na Suíça, onde participou de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Quando eu voltar ao Brasil, depois de participar da Cúpula do G7, vou sentar e descobrir o que aconteceu de verdade."
Lula acrescentou: "Digo para todo o mundo, só você sabe a verdade. Se você cometeu erro, reconheça que cometeu. Se não cometeu, brigue pela sua inocência". Ele frisou que essa é uma orientação dada a todos os seus ministros. "Só ele sabe a verdade, ninguém mais."
Juscelino Filho foi indiciado na quarta-feira, após a Polícia Federal finalizar as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
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O ministro classificou o indiciamento como uma ação "política e previsível". "Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar", defendeu-se, em nota. "No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, a realização e a fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes."
Já o União Brasil, partido que indicou Juscelino Filho para compor a Esplanada, reforçou "total apoio" ao ministro. A legenda, por meio de nota da Executiva Nacional, diz que não admitirá "prejulgamentos" e defende que o princípio da presunção de inocência e o devido processo legal sejam "rigorosamente respeitados".
"É importante esclarecer que essa investigação não tem relação direta com a atuação de Juscelino Filho como ministro das Comunicações. Curiosamente, ela teve início após sua nomeação para o primeiro escalão do governo federal, o que levanta suspeitas sobre uma possível atuação direcionada e parcial na apuração", sustenta o União Brasil. A sigla fala em "vazamentos seletivos" e "descontextualizados" sobre Juscelino Filho e diz que investigações semelhantes no passado levaram a "condenações injustas". (Com Agência Estado)
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