DIPLOMACIA

Lula desembarca na Europa nesta quinta (13/6) e se reúne com papa e Macron

Viagem de Lula ocorre em meio ao fortalecimento da extrema direita na Europa e prevê ainda ao menos quatro agendas bilaterais

Em meio ao fortalecimento da extrema direita na Europa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcará na primeira viagem ao continente neste ano na próxima quinta-feira (13/6). No dia 13, em Genebra, na Suíça, pela manhã, o chefe do Executivo participará da 112ª Conferência Internacional do Trabalho (OIT). Já nos dias 14 e 15 de junho, em Borgo Egnazia, na Itália, o chefe do Executivo estará na reunião de cúpula do G7, grupo composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Ao Correio, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, apontou que o foco principal serão as questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, transição energética e inteligência artificial, além da própria preparação para o G20, programada para ocorrer em novembro, no Rio de Janeiro.

“Deve ser discutida ainda uma aliança contra a fome e a desigualdade social”, disse.

Em briefing à imprensa na tarde desta segunda (10/6), o Itamaraty relatou que o petista terá encontros com o Papa Francisco e reuniões bilaterais com os presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, da França, Emmanuel Macron; e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Há ainda outros quatro pedidos de reunião com Lula que estão em análise. Os encontros confirmados deverão ocorrer na manhã de sábado (15/6). Outras agendas especuladas são com o líder argentino Javier Milei e com o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, mas ainda não há confirmação.

No último dia 24, Lula disse que, na ocasião, apresentará a líderes globais o etanol de segunda geração, ou 2G, produzido pelo Brasil.

"Eu vou agora para o G7, o papa Francisco vai participar do G7, o (Joe) Biden, o (Emmanuel) Macron, todo mundo. Eu vou acertar com o Alexandre (Silveira, ministro de Minas e Energia), ele vai preparar umas garrafinhas do nosso etanol de segunda geração que eu quero entregar para cada um, para eles perceberem o que o nosso Brasil, do Sul Global, é capaz de fazer nesse século XXI", discursou na ocasião.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esta é a oitava vez que Lula é convidado para o encontro, desde 2003. A sétima participação do presidente brasileiro foi no ano passado, na cúpula em Hiroshima, no Japão. Na data, Lula cobrou que os países ricos cumprissem a promessa de disponibilizar US$ 100 bilhões por ano em ações para conter as mudanças climáticas, conforme acordado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), de Copenhague, em 2009. Lula destacou o potencial do Brasil em energia solar, eólica, biomassa, etanol, biodiesel e hidrogênio verde.

Além disso, estará na mesa de debates os conflitos entre Rússia e Ucrânia e na Faixa de Gaza. Tanto o príncipe herdeiro saudita quanto o rei Abdullah, da Jordânia, participarão das discussões do G7, enfatizando a preocupação com a situação no Oriente Médio.

Após a sessão da Cúpula, na tarde de sexta-feira (14), o presidente brasileiro participará de jantar oferecido pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. A previsão é de retorno ao Brasil no sábado (15).

Para a professora de direito internacional da Universidade de São Paulo (USP) Maristela Basso, o encontro é importante, talvez o mais significativo já organizado, apontou.

“A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, tem a ambição de deixar esse encontro na história, com um número grande de participantes, o que reflete o desejo da Itália de ampliar os horizontes do grupo. O G7 reúne países que compartilham princípios e normas fundamentais, mas não é fechado, admite outros participantes. Também foram convidados líderes da Índia, África do Sul, Turquia, Argélia, Quênia e Mauritânia”, pontuou.

OIT

Na OIT, segundo o Itamaraty, Lula participará da Coalizão Global para Justiça Social, da qual será copresidente e deverá apresentar propostas em defesa dos direitos dos trabalhadores, da expansão da capacidade e acesso aos meios produtivos e da promoção do trabalho decente e contra a desigualdade social.

Após a abertura, serão realizados três painéis: "Construir a resiliência das sociedades"; "Melhoria da coerência de políticas econômicas e sociais" e "Promoção do diálogo social para a prosperidade".

 

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