Perfumes, vinhos, maquiagem, produtos de skincare, hidratantes, livros, calendários, canecas, bonés, blusas, quadros, cursos, cadernos e até mesmo tábuas de carne. Estes são os produtos vendidos pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desde que o ex-chefe do Executivo federal deixou o Planalto em 2022.
Com campanhas produzidas em estúdio e propagandas impulsionadas pelas redes sociais de todos os membros da família, os produtos "Bolsonaro" já se tornaram febre entre os apoiadores do ex-presidente, esgotando as mercadorias em questão de segundos.
Até o momento, o “favorito” entre os produtos vem sendo a coleção “Bolsonaro” lançada pela Loja do Divo, do maquiador Augustin Fernandez, em parceria com Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. A linha de perfumes, maquiagem e skincare chegou a esgotar em minutos.
Bolsonaro lançou em conjunto com Fernandez dois perfumes. O primeiro, Eau de Parfum "Bolsonaro", custa R$247 e é descrito como uma “explosão de frescor cítrico amadeirado”. O segundo, "Mito", também Eau de Parfum, custa R$197 e é descrito como uma fragrância que combina “tradição e modernidade, trazendo uma experiência olfativa inigualável para aqueles que apreciam o luxo e a sofisticação”. Este último foi lançado em uma campanha com o ex-presidente ao lado dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Michelle Bolsonaro também tem dois perfumes. O primeiro, “Lady M”, é inspirado no aroma “feminino e elegante da Rosa Damascena” e é vendido por R$167. O segundo, anunciado por R$247 e lançado ao lado do “MITO”, traz o nome da ex-primeira dama no frasco.
Ainda na loja do Divo, Michelle assina uma linha de maquiagem e skincare. Os valores variam entre R$90 e R$100. A esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro, Heloisa Bolsonaro, também possui uma linha, dedicada às mamães, com preços entre R$68 e R$100.
Vinhos
Para quem gosta de um bom vinho, a família Bolsonaro também investiu em seus próprios rótulos. Vendidos na loja “Vinhos Bolsonaro” e divulgados por Eduardo Bolsonaro, as bebidas se dividem em quatro sabores: Vinho Tinto Bolsonaro "Il Mito" (R$129); Vinho Rosé Michelle Bolsonaro "Il Mito" (R$119); Espumante Brut Bolsonaro "Il Mito" (R$139); e Vinho Branco Bolsonaro "Il Mito" (R$119).
Antes vendidos apenas online, os vinhos bolsonaristas devem ganhar uma loja sediada em Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Segundo Eduardo, esta é a “primeira de muitas” unidades físicas do comércio de bebidas. A loja foi inaugurada na última semana.
No caso dos vinhos, Eduardo é sócio do empreendimento desde novembro de 2023. A sede da empresa, fundada em 2019, está localizada em Macaé, no Rio de Janeiro, mas as bebidas provêm de vinícolas do Rio Grande do Sul. No mês passado, a marca se comprometeu a destinar 5% dos lucros obtidos às vítimas das enchentes que afetaram o Estado.
O filho “03” do presidente também é responsável por um lançamento nas livrarias, inclusive tendo uma chamada “Livraria Eduardo Bolsonaro”. A aposta é na venda do livro escrito pelo deputado federal: “Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado” - que custa R$61,97. Além do livro, o varejo também vende outros títulos, a maioria de ideologia de extrema-direita, variando os preços entre R$40 e R$100.
Outro empreendimento ligado à família Bolsonaro é a famosa “Bolsonaro Store”, responsável pela venda de produtos de papelaria, como cadernos, adesivos, calendários, porta-canetas, porta-celulares, canecas e até tábuas de carne. Os preços variam entre R$10 e R$100 e trazem a garantia “Bolsonaro”. Entre os produtos mais populares do investimento, está a “Caneca Mágica”, que ao colocar um líquido quente revela a silhueta de Jair Bolsonaro. Esta custa R$59,90.
Curso para vereadores
E para quem deseja seguir os passos da família Bolsonaro na política, Eduardo e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) lançam um curso para vereadores. Sob um custo de R$297,90 à vista, os irmãos prometem uma plataforma de treinamentos para candidatos conservadores que desejam se eleger sem ter acesso aos grandes recursos financeiros dos partidos. Segundo o site da empreitada, o curso também pode ser feito por lideranças locais ou apoiadores ativos na política.
As aulas, vendidas como uma espécie de “receita de bolo” para postulantes conservadores, também têm sido usadas por Carlos para refutar as acusações de que integrou um “gabinete do ódio”, estrutura que, segundo a Polícia Federal, teria funcionado no Planalto, no governo anterior, para disseminar desinformação e atacar opositores.
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