O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a eleição de Claudia Sheinbaum para a Presidência do México — será a primeira mulher a comandar o país. Disse estar "muito feliz" por ser ela representante do campo progressista e aliada do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador — são do mesmo partido, o Morena. Lula adiantou que pretende visitar o México ainda este ano.
"Estou muito feliz com a vitória dela, porque representa o meu grande companheiro López Obrador, que fez um governo extraordinário. Portanto, acho que o México está garantido democraticamente", comentou Lula com jornalistas, no Palácio do Itamaraty — sede do Ministério das Relações Exteriores —, enquanto aguardava o presidente da Croácia, Zoran Milanovic.
"Estou feliz por ser uma mulher também. Estou feliz que duas mulheres disputaram e ganhou aquela que representava o lado ideológico mais próximo das pessoas progressistas do mundo", acrescentou. Claudia Sheinbaum disputou a Presidência do México com a senadora Xóchitl Gálvez.
O presidente sinalizou a vontade de visitar o país ainda em 2024 para agradecer a López Obrador "pelo carinho que ele teve comigo quando eu não era presidente ainda". Lula se referia ao fato de que, quando foi preso, em 2018, o presidente mexicano acusou o encarceramento de ter sido injusto.
Mas, na agenda da possível ida ao México, também há o projeto de expandir a relação comercial e de investimentos entre os países. "Somos as duas maiores economias do continente. Porém, ainda temos pouco fluxo no comércio. Poderíamos ter muito mais, e mais empresários do México investindo no Brasil. E o Brasil investindo no México, para que as duas economias cresçam", frisou.
Ucrânia
Lula também rebateu a acusação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que na semana passada afirmou que o Brasil está do lado do agressor — a Rússia, que invadiu o país em 2022 — e questionou as razões pelas quais está mais alinhado com o regime de Moscou. O presidente salientou que o país condenou a invasão russa desde o início.
"Uma desescalada seria um passo necessário para que as partes possam retomar o diálogo direto. Apoiamos a realização de uma conferência internacional, que seja reconhecida tanto pela Ucrânia quanto pela Rússia", destacou Lula, em discurso ao receber o presidente croata.
Na quinta-feira passada, Zelensky cobrou do Brasil que desse um ultimato a Vladimir Putin. "A Rússia nos atacou. O Brasil tem de estar do nosso lado e dar um ultimato ao agressor, em nome do resto do mundo. Uma amizade com alguém que tem uma ideologia e uma visão fascistas não pode trazer benefícios", cobrou o presidente ucraniano.
Dias antes, em 27 de maio, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, também exigiu uma posição do Brasil, que "tem um importante papel global e deve usar sua boa relação com Moscou para ajudar a acabar com a guerra".
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