"Prometi nas eleições que teria como objetivo acabar com a esquerda no que dependesse de mim. Meu eleitor pode estar certo de que cumprirei minha palavra na Assembleia." Foi assim que Amanda Teixeira Dias (PL) descreveu seus objetivos ao assumir a cadeira da deputada estadual Alê Portela (PL), que deixa a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese).
Filha do ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Marcelo Álvaro Antônio e da vereadora por Belo Horizonte Janaina Cardoso, a jovem de 28 anos chega aos corredores da ALMG já acumulando milhares de seguidores e se intitulando influenciadora bolsonarista.
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De fato, a ALMG nunca esteve tão repleta de jovens de direita. Amanda se junta ao grupo de Bruno Engler (PL-MG) — pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte —, do ex-PM Caporezzo (PL-MG), e de Chiara Biondini (PL-MG), filha de outro chefe bolsonarista, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG).
Em conversa com o Estado de Minas, a estudante de direito, que no Instagram se apresenta como comentarista política e coleciona várias fotos com Jair Bolsonaro, contou que chega à ALMG para lutar contra esquerdistas, comunistas e membros governistas aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Filha do agora deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, Amanda ficou conhecida nas redes sociais quando seu pai ainda era ministro de Jair Bolsonaro. Com mais de 125 mil seguidores, ela compartilhava suas opiniões e os bastidores do governo bolsonarista. Com números expressivos, ela chega na ALMG ganhando mais espaço online do que muitos deputados já eleitos, estes com anos de casa.
"As redes sociais são uma ferramenta muito importante. Foi através delas que eu consegui um contato maior com meu eleitor. E é a partir das redes que o eleitor pode identificar o que o político está fazendo e mandar opiniões. Fugindo assim, da mídia tradicional, como por exemplo a Rede Globo, que combate ideias de direita", seguiu.
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Ainda em conversa com a reportagem, a nova deputada — que deve assumir o cargo oficialmente ainda este mês — contou que seu primeiro passo ao ser efetivada será visitar todas as regiões de Minas Gerais em que esteve durante a campanha eleitoral. “Quero entender as novas demandas do povo mineiro. Olhar nos olhos, conversar com a população”.
"Comigo foi tudo de maneira repentina. Eu não esperava assumir agora e confesso que deu um certo frio na barriga. No entanto, tenho pessoas ao meu redor que sempre me ajudam e auxiliam. Por exemplo, a deputada estadual e futura secretária Alê Portela (Desenvolvimento Social) me abraçou, já me levou à Assembleia Legislativa e começou a me ensinar como serão os trabalhos ali. Então, estou confiante e segura”.
Já trabalhando pelo mandato, Amanda já esteve na ALMG e inclusive já escolheu seus candidatos para a Câmara Municipal de BH. Primeiro, sua mãe Janaina Cardoso (União Brasil); segundo, uma aposta, Victor Lucchesi (PL).
Saída de Alê
Zema escolheu Alê Portela para assumir a chefia da Sedese. A deputada estadual vai ocupar o lugar de Elizabeth Jucá (Novo), que está cotada para disputar a Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Segundo interlocutores do governo mineiro, a escolha de Alê foi estratégica. Isso porque, com a saída de Elizabeth para ser candidata, Zema pode fazer um dos primeiros acenos à base governista na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Na semana passada, Zema se reuniu com o presidente do PL em Minas, o deputado federal Domingos Sávio. Na reunião, o governador discutiu a aproximação com os deputados estaduais.
Apesar de ter dito, em café da manhã com jornalistas, que gostaria de estar fora das negociações em prol das eleições municipais, o governador também discutiu as candidaturas do Novo e PL, que podem caminhar juntas.
Em Belo Horizonte, a secretária Luisa Barreto (Novo) é cotada para participar da chapa de um membro do PL, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG). Segundo apurou o EM Minas, essa é uma vontade do Partido Liberal, mas que ainda não foi aceita pelos membros do Novo.