Articulação

Governo não foi surpreendido, diz Padilha sobre derrotas no Congresso

O ministro das Relações Institucionais minimizou nesta segunda-feira (3/6) as derrotas da gestão Lula na semana passada. Segundo ele, "não estamos sendo derrotados no que é essencial"

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, minimizou nesta segunda-feira (3/6) as derrotas recentes do governo no Congresso Nacional. Para ele, não houve surpresas na sessão que derrubou vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada.

Padilha argumentou ainda que o governo não sofreu derrotas em pautas prioritárias, como a política econômica e social, e que a decisão de vetar o trecho de lei que proibia as “saidinhas” para presos foi importante para “fazer o debate” sobre o tema.

“Nada do que aconteceu nessa sessão do Congresso surpreendeu os articuladores políticos do governo. Nada. E nós fizemos o debate, porque esse debate é necessário ser feito. É muito raro um time ser campeão de um torneio sem ter algum tipo de derrota, o que você não pode é perder o mata-mata, perder a final”, declarou Padilha a jornalistas após reunião com Lula e com líderes do governo no Congresso, convocada para esta manhã.

Participaram do encontro, que durou mais de uma hora, os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), além de Padilha e dos secretários-executivos da Casa Civil, Miriam Belchior, e da Fazenda, Dario Durigan.

“Nós não vamos perder o mata-mata. Não estamos sendo derrotados naquilo que é essencial para a recuperação econômica e para a recomposição das políticas sociais no país”, acrescentou o ministro.

Congresso tem "posições conservadoras"

Na semana passada, o governo sofreu derrotas em sessão do Congresso Nacional que deliberou sobre vetos do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em compensação, conseguiu manter o controle sobre o orçamento federal, derrubando, por exemplo, o calendário para o pagamento de emendas parlamentares.

Entre as derrotas está a derrubada do veto a trecho que proíbe as “saidinhas” para presos. Segundo Padilha, a avaliação já era de derrota antes da sessão, devido ao perfil dos parlamentares.  “Nós temos que encarar a realidade: nós temos um Congresso que tem posições conservadoras sobre alguns temas, como esse tema da saidinha. Mas era importante fazer o debate”, pontuou.

E destacou decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que reconheceu que a restrição nas saidinhas não vale para detentos que já estão presos no momento, apenas para prisões futuras. A decisão representa vitória parcial para o governo, que defende a derrubada da medida no judiciário, mas não deve acionar pessoalmente a Corte.

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