SERTANEJO

Lula busca reaproximação com sertanejos após muitos terem apoiado Bolsonaro

Senador goiano Jorge Kajuru busca fazer a reaproximação entre cantores sertanejos e Lula; vários nomes que declararam voto em Bolsonaro aceitaram encontro

"Precisa ser alguém com muito senso de responsabilidade com o Brasil", diz Lula sobre próximo presidente do Banco Central -  (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
"Precisa ser alguém com muito senso de responsabilidade com o Brasil", diz Lula sobre próximo presidente do Banco Central - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca se reaproximar de cantores sertanejos que, nos últimos anos, em sua maioria, declararam fortemente apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A intenção está sendo mediada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que tenta marcar um almoço entre grandes nomes do estilo musical e o petista.

Kajuru está conversando com os cantores Leonardo, Chitãozinho e Eduardo Costa e a dupla Bruno & Marrone, todos declaradamente apoiadores de Bolsonaro.

Xororó, que faz dupla com Chitãozinho, nunca declarou apoio nem participou de eventos com músicos do segmento em Brasília durante o governo do ex-presidente, mas também deve marcar presença nessa reunião.

Já Gusttavo Lima, que chegou a ter um helicóptero de seu frigorífico plotado em homenagem ao então candidato à reeleição Jair Bolsonaro, não está inclinado a ir ao encontro, conforme relatado pela coluna de Lauro Jardim, n'O Globo.

Em contrapartida ao apoio dos sertanejos, Jair Bolsonaro chegou a defender os valores milionários que prefeituras de pequenas cidades do Brasil pagavam aos cantores do estilo. Gusttavo Lima, por exemplo, receberia R$ 1,2 milhão por uma apresentação em Conceição do Mato Dentro, dez vezes mais que o município gastaria com cultura em todo o ano de 2022 - exatos R$ 104.485,50. 

(Ex) amigos de Lula

 Ao longo dos dois primeiros mandatos de Lula (2003-2006 e 2007-2010), alguns cantores sertanejos eram presenças recorrentes em eventos do petista pelo Brasil. Dentre eles, estava Zezé di Camargo, que, em 2018 e 2022, disse ser "Bolsonaro disparado". Com a derrota do candidato do PL e a posse do petista, o artista passou a afirmar que não fazia parte de nenhum lado, mas sim a favor do Brasil. 

Outro nome recorrente nos primeiros governos petistas e que ainda hoje se classifica como amigo de Lula, o cantor Sérgio Reis declarou voto em Bolsonaro. Durante a pandemia, o sertanejo enviou áudio a outra pessoa apoiando um golpe de estado no Brasil.

Na época, ele afirmou: "Se em 30 dias não tirarem aqueles caras (os ministros do Supremo Tribunal Federal), vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra".

Pela fala, chegou a ser investigado pelas Polícias Federal e Civil do Distrito Federal. Alguns músicos que gravariam com ele no seu álbum, recusaram convite, e o plano de se candidatar nas eleições de 2022 não avançou.

Na eleição de dois anos atrás, apenas dois cantores sertanejos declararam voto no petista. A goiana Lauana Prado, que fazia reiteradas referências ao petista na época, e o pernambucano João Gomes.

Após a divulgação da notícia, a equipe do cantor Leonardo, em entrevista ao Portal Léo Dias, não confirmou a presença no almoço por estar com uma rotina de shows muito atribulada. Pessoas próximas ao cantor afirmaram que, apesar da tentativa de aproximação, o goiano segue se declarando um apoiador de Bolsonaro.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 30/06/2024 20:34
x