O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quinta-feira (27/6) que vai à Bolívia mesmo após a tentativa de golpe de Estado ocorrida ontem (26), na capital La Paz. A viagem está marcada para o dia 9 de julho, um dia depois de reunião do Mercosul no Paraguai.
Segundo o petista, sua viagem será para "fortalecer a democracia" e mostrar para os empresários bolivianos as consequências que um golpe teria. Ele citou, por exemplo, que a tomada do poder impediria o país de entrar no Mercosul.
"Eu estarei no dia 9 em Santa Cruz de La Sierra. 'Voy hacer una reunión muy grande com los empresarios bolivianos', e vou mostrar para aquela gente que somente a democracia é capaz de permitir que a Bolívia cresça", declarou Lula, arranhando em espanhol, em entrevista à Rádio Itatiaia, em Belo Horizonte. O chefe do Executivo desembarcou nesta tarde em Minas Gerais, onde terá compromissos até amanhã (28).
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Ontem, um grupo de militares, com tanques de guerra, chegou a invadir o palácio presidencial em La Paz. Liderado pelo general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército, o movimento tentou destituir o atual presidente, Luiz Arce. Em reação, Arce trocou o comando das Forças Armadas e convocou o povo a resistir contra o golpe. Depois, os militares recuaram, e Zúñiga foi preso.
"A Bolívia é um país que tem muitos interesses internacionais focados lá, porque é a maior reserva de lítio do mundo. E tem outros minerais críticos de muita importância. Então, é preciso que a gente tenha em mente que há interesse em dar golpe. E eu sou contra golpes, sou favorável à democracia", disse ainda Lula.
Integração sul-americana
O presidente, que terá um encontro com Luis Arce, afirmou que sua presença no país pode ajudar a fortalecer o governo boliviano. "E mostrar para os empresários que é muito importante manter a Bolívia governada democraticamente. Porque, se não for assim, a Bolívia nem pode entrar no Mercosul", argumentou.
Outro tema que deve ser tratado pelos presidentes é o projeto brasileiro de integração da América do Sul, que visa construir uma série de estradas e canais ligando o Brasil aos países vizinhos. A proposta é liderada pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
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