Poder

Lula elogia Galípolo, mas diz que ainda não pensa na sucessão do BC

O presidente declarou nesta quarta-feira (26/6) vai indiciar o próximo presidente do Banco Central pensando no Brasil, e que "o mercado vai ter que se adaptar a isso"

O diretor do BC esteve ontem (25/6) no Palácio do Planalto para uma reunião que, inicialmente, não estava na agenda nem de Lula nem de Galípolo -  (crédito: Ascom/ Ministério da Fazenda )
O diretor do BC esteve ontem (25/6) no Palácio do Planalto para uma reunião que, inicialmente, não estava na agenda nem de Lula nem de Galípolo - (crédito: Ascom/ Ministério da Fazenda )

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (26/6) que ainda não está pensando na sucessão para o Banco Central, mas classificou o diretor de Política Monetária da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, como “um companheiro altamente preparado”. Galípolo é um dos cotados para assumir a presidência do BC após a saída de Roberto Campos Neto, no fim do ano.

O diretor do Banco Central esteve ontem (25) no Palácio do Planalto para uma reunião que, inicialmente, não estava na agenda nem de Lula nem de Galípolo. A informação foi confirmada depois pelo Planalto e pela autarquia.

“O Galípolo veio aqui para uma reunião em que a gente estava discutindo a meta inflacionária. E a gente manteve a meta que tinha. A novidade foi estabelecer a meta contínua. O Galípolo é um companheiro altamente preparado, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central”, declarou o presidente em entrevista ao UOL.

Encontro entre o presidente, Galípolo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu a manutenção da meta da inflação em 3%, mas mudou a forma de acompanhamento, que passará a ser contínua. Um decreto com a alteração será apresentado pelo chefe do Executivo após reunião, hoje, do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Lula também voltou a questionar a decisão do Banco Central de encerrar o ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo ele, a inflação atual não justifica juros na casa dos 10,5%. Também disse que não é papel do presidente da República reclamar dos juros.

“Os empresários, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em vez de ficarem reclamando do governo, deveriam fazer passeata contra a taxa de juros”, frisou o petista.

Questionado sobre outros possíveis nomes para a presidência do Banco Central, incluindo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, Lula também desconversou.

“Eu não indico um presidente do Banco Central para o mercado, eu indico para o Brasil. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. E o mercado empresarial, financeiro, produtivo, vai ter que se adaptar a isso”, declarou.


Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 26/06/2024 10:43
x