O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSol), foram condenados pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multas por propaganda antecipada. O juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal Regional Eleitoral de SP, determinou o pagamento de R$ 20 mil para o chefe do Executivo e R$ 15 mil para o deputado federal.
"Evidentemente que, por uma questão de respeito e de elegância, ele não tomaria das mãos do representado Luiz Inácio o microfone, tampouco lhe interromperia de forma abrupta a fala, mas com o traquejo inerente dos políticos profissionais, de carreira, uma intervenção discreta, sutil, poderia ter sim sido realizada, de forma a amenizar aquela conduta que ambos, pela experiência que têm, sabiam irregular, mas assumiram o que se chama popularmente de 'risco calculado'", apontou o juiz.
"Está configurada a propaganda eleitoral antecipada pelo pedido explícito de voto. Veja-se que do discurso do referido representado há menção expressa de pedido de voto ao público presente na Neo Química Arena, como '(…) se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo(…)', '(…) tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo (…)'", acrescentou em outro trecho.
"Quanto à conduta de Guilherme Boulos, também não há como afastar seu caráter ilícito, apenas atenuar sua responsabilização", alegou sobre os valores diferentes estipulados.
Entre as legendas que moveram o processo estão o Partido Novo, o MDB, do prefeito Ricardo Nunes, e o PP.
Na ocasião, Lula e Boulos participaram de evento organizado por centrais sindicais no Dia do Trabalhador, 1º de maio, na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, zona leste de São Paulo. Em seu discurso, o presidente destacou a candidatura do parlamentar.
Ao Correio, o advogado de Lula, Ângelo Ferraro, afirmou que irá recorrer da decisão.
"Vamos recorrer tanto da decisão de mérito quanto do indeferimento de todos os pedidos de produção de provas que nós fizemos", disse.
Em nota, a assessoria de Boulos também ressaltou que a pré-campanha irá recorrer.
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