caso das joias

Cid pai e filho ignoram venda de bracelete nos EUA

Tenente-coronel e general depõem à Polícia Federal sobre peça que foi dada de presente a Bolsonaro, mas que deveria constar do inventário da Presidência da República

 24/08/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Ex Ajudante de Ordem Mauro Cid na CPI da CLDF. -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
24/08/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Ex Ajudante de Ordem Mauro Cid na CPI da CLDF. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, disseram desconhecer a venda de um bracelete, nos Estados Unidos, por determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dois depuseram, ontem, à Polícia Federal (PF), no inquérito que investiga a venda de presentes de alto valor, que deveriam ter sido incorporados ao acervo da Presidência da República.

Esse bracelete foi descoberto nas diligências conjuntas da PF com o FBI, a polícia federal norte-americana. A suspeita é de que Lourena Cid — que foi ouvido por videoconferência, uma vez que estava no Rio de Janeiro — teria incluído a peça em um pacote com itens de decoração que tentou transacionar nos Estados Unidos.

O general comandava o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Miami. Ele se tornou personagem central das investigações depois que deixou-se flagrar em uma foto usada para negociar uma escultura presenteada a Bolsonaro. Segundo a PF, Cid e o pai venderam joias, relógios e itens de decoração em joalherias americanas, supostamente a mando do ex-presidente.

Mauro Cid também foi indagado a respeito de relógios de luxo recebidos por ministros de Bolsonaro em uma viagem feita ao Catar, em 2019. Em abril no ano passado, o general Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Gilson Machado (ex-ministro do Turismo), Ernesto Araújo (ex-chanceler) e Onyx Lorenzoni (ex-ministro da Casa Civil) foram notificados a devolver peças das marcas Rolex, Chopard e Cartier.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, as novas peças encontradas nas diligências nos EUA reforçam a suspeita de que vários itens que deveriam ser incorporados ao acervo da Presidência da República foram levar irregularmente para o exterior, a fim de serem negociados. Todas essas peças teriam saído no voo que Bolsonaro fez para Miami, em 30 de dezembro de 2022, por se recusar a passar a faixa presidencial para o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Rodrigues acredita que o inquérito das joias estará concluído até o final deste mês. A apuração será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se apresenta a denúncia contra os envolvidos.

 

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postado em 19/06/2024 03:55