relações comerciais

Lula: Mercosul está pronto para assinar acordo e só depende da UE

Presidente anuncia posição depois de ter-se reunido, na sexta-feira, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen. Principal entrave para o fechamento da conexão comercial é a França

Presidente Lula com a com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Presidente Lula com a com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O Mercosul está pronto para assinar o acordo com a União Europeia. O anúncio foi feito, ontem, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de ter-se reunido, na sexta-feira, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e deixar claro que pelo lado brasileiro não há qualquer óbice. A França do presidente Emmanuel Macron é a principal opositora do acordo, pois os produtores agrícolas do país reconhecem a desvantagem em volume de produção e tecnológica que têm para os brasileiros.

"Disse à Von Der Leyen que depois de todas as tratativas que o Brasil fez para mudar o acordo, colocando as coisas que achamos que eram necessárias colocar e tirando as que achávamos que eram necessários tirar, o Brasil está pronto para, na hora que a União Europeia (UE) quiser, assinar o acordo. Agora, o problema é deles", frisou o presidente, na coletiva em que também teceu comentários sobre o Projeto de Lei 1.904/24.

Lula, porém, reconhece que as eleições que ocorrerão na Europa podem atrasar ainda mais o fechamento do acordo. Outro ponto problemático para que Mercosul e UE é o avanço no Parlamento Europeu da extrema direita, ideologicamente adversária da imigração e de regras mais flexíveis para acertos comerciais entre blocos e países.

Flexibilidade

O presidente, porém, afirmou que Macron teria se mostrado mais flexível em relação ao acordo — o presidente francês chegou a afirmar, em março, que seria "loucura" celebrar a conexão comercial Mercosul-UE nos termos em que se encontra. Ainda segundo Lula, Macron pediu-lhe para que esperasse as novas eleições para a Assembleia Nacional francesa, que foram convocadas em 9 de junho.

"Volto com otimismo de que nós, do Mercosul, estamos prontos para assinar esse acordo", disse Lula, acrescentando que, em relação ao país de Macron, obteve "uma parceria muito forte". "Acho que Brasil e França vão mudar de patamar de negociação nos próximos anos", previu.

Pouco antes da coletiva, Lula encontrou-se com a primeira-ministra da Itália e anfitriã da Cúpula do G7, Giorgia Meloni, e com o chanceler alemão Olaf Scholz.

"A conversa com a primeira-ministra Giordana Meloni (Lula confundiu o nome da chefe do governo italiano), tentei mostrar para ela o histórico da relação do Brasil com a Itália e a importância de ela visitar o Brasil e ter contato com os quase 30 milhões de italianos e descendentes. São 1,4 mil empresas, com a geração de mais de 150 mil empregos. Vamos completar 150 anos de imigração da Itália", afirmou.

Em relação a Scholz, Lula convidou o chanceler a fazer parte de uma Aliança Global contra a Fome — iniciativa que integra a agenda do presidente à frente do G20. Os dois trataram também dos conflitos em Gaza e na Ucrânia, do acordo Mercosul-UE e da situação política na Europa e na América Latina com o avanço da extrema direita. O dirigente alemão manifestou solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

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postado em 16/06/2024 03:55
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