Um almoço reuniu, ontem, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, Jair Bolsonaro e o governador paulista Tarcísio de Freitas. A pauta do encontro foi a possibilidade de o coronel reserva da Polícia Militar Ricardo Mello de Araújo tornar-se o vice na chapa à reeleição. Indicado pelo ex-presidente, a colocação do militar como o segundo de Nunes sacramentaria o apoio do PL.
O prefeito, porém, não quis bater o martelo. "Não vamos decidir o vice agora. O coronel Mello tem indicação de Bolsonaro e Tarcísio. Discussão do vice vai ser no momento em que discutirmos com todos os partidos. Estamos tentando ver se fazemos até o final da semana que vem. Muitos partidos que estão fazendo parte da nossa frente ampla. Vamos dialogar com todos", esquivou-se Nunes.
A reunião, porém, serviu para Bolsonaro reafirmar o apoio à reeleição do prefeito — apesar de ter sido procurado pelo influencer Pablo Marçal, que pretendia contar com o respaldo do ex-presidente e divulgou em suas redes sociais que estava perto de trazê-lo para sua campanha. Bolsonaro, porém, foi enfático.
"Estou fechado com ele (Nunes) desde o primeiro momento. Minha presença aqui, e a do Mello, é um sinalizador de que estamos começando bem esse diálogo para que, quando bater o martelo, não ter gente que nos deixe. São bons nomes, mas a gente espera um consenso na próxima conversa. Cada um traga suas razões para prosseguir até outubro", salientou Bolsonaro.
Tarcísio, por sua vez, deu a entender que a definição sobre a colocação do coronel da reserva da PM como vice na chapa de Nunes é questão de dias. "Temos 11 partidos com Ricardo hoje e há de se ter muito respeito. Está todo mundo muito comprometido. Essa construção está bem adiantada", destacou.
A afirmação de Bolsonaro de que está fechado com Nunes — apesar de a colocação de Mello de Araújo como vice não estar sacramentada —, levou Marçal a emitir uma nota deixando clara sua irritação. "Como o (Jair) Bolsonaro vai apoiar um 'cara' que tem o (João) Doria como articulador?", questionou o pré-candidato do PRTB, referindo-se ao acordo que, em 2020, consolidou a indicação de Nunes como vice-prefeito na chapa de Bruno Covas, do PSDB.
Janones réu no STF
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal tornou réu o deputado federal André Janones (Avante-MG) por injúria contra Jair Bolsonaro. A Corte julga queixa-crime apresentada pelo ex-presidente por postagens do parlamentar nas redes sociais — chamou Bolsonaro de "miliciano", "ladrão de joias" e "assassino que matou milhares na pandemia". O voto da relatora Cármen Lucia foi seguido por Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Nunes Marques e Luís Roberto Barroso. Cristiano Zanin, Dias Toffoli e André Mendonça defenderam a rejeição da queixa. Resta o voto de Luiz Fux. (Com agências Estado e Brasil)Saiba Mais
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