A Amazônia faz fronteira com os quatro maiores produtores de droga do mundo: o Paraguai, a Bolívia, a Colômbia e o Peru. A grande extensão fronteiriça do país reforça a necessidade de segurança na localidade que é ponto estratégico no garimpo ilegal. O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, acredita que é fundamental um olhar para a região não só pela repressão, mas como para um desenvolvimento sustentável.
“Ou nós vamos para o legal ou o ilegal dominará a Amazônia. Digo isso porque a Amazônia tem um deficit muito grande em termos de polícia e segurança”, afirmou ele, durante o programa CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quarta-feira (12/6). Jungmann avalia que a Bacia Amazônica, que vem dos Andes e chega até a Foz, tem milhares de vias por onde a droga passa. “Nós precisamos ter um projeto para a Amazônia, que diga-se de passagem, o Brasil nunca teve um projeto voltado para o local”, complementa.
Assista à entrevista na íntegra:
Mineração brasileira
“O garimpo ilegal destrói a floresta, prostitui e mata as populações indígenas e joga mercúrio na natureza. Ele é o inimigo”, reitera Jungmann. O diretor-presidente explica que a ilegalidade causa destruição em terras indígenas e áreas de preservação ambiental. “Joga mercúrio no rio, causando alta contaminação. Isso é terrível para a saúde das populações ribeirinhas”, acrescenta.
Em relação à fiscalização, o diretor afirma que o Banco Central cresceu neste setor. “A lavanderia do ouro passa pelas Distribuidoras de Títulos e Valores Imobiliários (DTVM), que são fiscalizadas pelo Banco Central. A fiscalização, com a entrada da nota fiscal eletrônica pela Receita Federal, está avançando com relação a isso, mas é preciso mais”, analisa.
“Nossa posição é absolutamente vertical. Garimpo ilegal, não. Garimpo ilegal é caso de polícia, cadeia, são criminosos e a gente não tem nenhuma contemplação com relação à isso”, finaliza Raul Jungmann.
* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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