STF

Gilmar Mendes sobre juízes da Lava Jato: "Como essa gente foi convocada?"

Fala ocorreu durante sessão da 2ª Turma do STF, na terça, no julgamento que encerrou a ação de improbidade administrativa contra a construtora Queiroz Galvão, investigada na Lava Jato

"Será que essa gente passou no mesmo concurso que eu?", questiona Gilmar Mendes, em alusão aos juízes da Lava Jato. Declaração foi feita durante sessão da 2ª Turma do STF - (crédito: Reprodução/Youtube STF)

Crítico da Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atacou a formação dos juízes que participaram dos julgamentos de processos da operação. Em sua fala, na terça-feira (11/6) durante sessão da 2ª Turma da Corte, o magistrado questionou como os juízes da Lava Jato foram convocados.

"Como é que essa gente (juízes da Lava Jato) foi convocada? Como passou em concurso? Será que essa gente passou no mesmo concurso que eu? Ou de fato estamos produzindo alguma coisa estranhíssima, ou de repente todos nós somos lunáticos e não sabemos absolutamente nada e perdemos paradigmas”, disse Gilmar.

Veja a fala: 

Nas críticas à Lava Jato, Gilmar Mendes enfatizou as denúncias que mostravam o juíz e hoje senador Sergio Moro orientando procuradores para atuar contra a defesa. “Prática que, hoje se sabe, era rotina na 13ª Vara Federal de Curitiba”, acrescentou. A ligação entre magistrados e promotores da Lava Jato foram reveladas pelo jornal The Intercept Brasil em 2019 e o vazamento de informações foi denominado "Vaza Jato".

O que a 2ª Turma do STF julgou na sessão

As declarações de Gilmar Mendes ocorreram durante o julgamento que analisou a decisão que encerrou a ação de improbidade contra a construtora Queiroz Galvão, investigada na Lava Jato. Ele relembrou diálogos divulgados pelo Intercept que mostravam o ex-juiz federal Sergio Moro orientando procuradores a atuarem em desfavor das empreiteira. “Prática que, hoje se sabe, era rotina na 13ª Vara Federal de Curitiba”, acrescentou.

Nas investigações da operação Lava Jato, a construtora Queiroz Galvão havia sido acusada de pagar propina ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) para escapar das investigações da CPI da Petrobras, em 2014. Essa acusações foram aceitas pelo então juiz Sergio Moro. Para Gilmar Mendes, Moro foi imparcial no julgamento do caso Queiroz Galvão. O magistrado então, votou pela suspensão da acusação de que a construtora pegou propina.

Após o voto de Gilmar Mendes, o ministro André Mendonça interrompeu, por um pedido de vista, o julgamento do recurso que discute a ação de improbidade contra a Queiroz Galvão.

 

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postado em 12/06/2024 17:46
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