Segurança pública

Barroso nega pedido para gravação ininterrupta de câmeras da PM em SP

Magistrado do Supremo, no entanto, determinou que sejam seguidas regras nacionais editadas pelo Ministério da Justiça sobre o uso dos equipamentos

A Defensoria Pública solicitou que o magistrado determinasse que as câmeras devem ter
A Defensoria Pública solicitou que o magistrado determinasse que as câmeras devem ter "gravação ininterruptas" - (crédito: Luiz Silveira/Agência CNJ)

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido da Defensoria Pública para intervir no edital aberto pelo governo de São Paulo para comprar câmeras corporais para a Polícia Militar de São Paulo. No entanto, o magistrado determinou que as regras sobre os equipamentos a serem adquiridos devem seguir diretrizes do Ministério da Justiça.

A Defensoria Pública solicitou que o magistrado determinasse que as câmeras devem ter "gravação ininterruptas", ou seja, que gravam o tempo todo, sem que precisem ser acionadas ou desligadas pelos policiais. De acordo com Barroso, "não há nada para decidir no momento", pois o governo de São Paulo editou normas para determinar que policiais acionem às câmeras em situações específica, "sob pena de punição disciplinar".

"Quanto às situações que exigem a gravação, buscando ajustar-se à diretriz nacional, o Estado editou norma interna que obriga os policiais militares a acionarem voluntariamente as câmeras em todas as hipóteses em que a gravação é necessária, sob pena de punição disciplinar. Comprometeu-se também a atualizar suas diretrizes após a conclusão da licitação, de modo a regulamentar as situações em que o acionamento das câmeras será feito de modo automático, por softwares".

Na decisão, o magistrado afirma que o governo do estado deve apresentar o resultado do edital em ofício enviado à corte em até 72 horas após o procedimento de compra dos equipamentos. Além disso, o ministro destacou que um relatório sobre a efetividade do uso das câmeras deve ser apresentado à corte seis meses após a entrada em operação dos equipamentos.

O temor da Defensoria é o de que policiais desliguem as câmeras para impedir o registro de abusos e execução sumária de pessoas em comunidades e regiões mais pobres. O governador do estado, Tarcísio de Freitas, chegou a dizer que qualquer decisão do Supremo sobre o caso seria "devida intervenção" na autonomia do executivo local. Ele vem sendo criticado por especialistas e entidades de segurança pública pela acusação de incentivar a violência policial e violência durante operações.

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postado em 10/06/2024 18:51 / atualizado em 10/06/2024 19:00
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