SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Empresas de software espião recusam convite de Zanin para debate no STF

Audiência pública na Corte avalia a regulamentação destes programas. Um dos citados é FirstMile, usado pela Abin para monitorar críticos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro

Ministro Cristiano Zanin -  (crédito: Carlos Alves Moura/SCO/STF)
Ministro Cristiano Zanin - (crédito: Carlos Alves Moura/SCO/STF)

Empresas que atuam na gestão de softwares espiões, ou seja, programas de computador usados para captar dados sem que os usuários percebam, recusaram o convite do ministro Cristiano Zanin para um debate no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte realiza, nesta segunda-feira (10/6) e na terça-feira (11), audiências públicas para discutir a regulação destes sistemas.

Está em tramitação na Corte uma ação movida pela Procuradoria-Geral da República que pede a regulamentação desses softwares. “Enviei convite a todas as empresas mencionadas na petição inicial, mesmo sabendo que foram nominadas apenas para fins exemplificativos. Porém, infelizmente, todas declinaram”, afirmou Zanin, no começo do evento.

Na ação, a PGR, representada na época pela subprocuradora Elizeta Ramos, citou três empresas e softwares usados para espionagem. Eliza citou o sistema Pegasus, do NSO Group, que infecta sistemas informatizados para capturar dados, o Pixcell, do NSO Group, e o GI2, da Cognyte/Verint, que são usados para captar sinais de celular.

Ela também cita o FirstMile, do Cognyte/Verint, e o Landmark, também do NSO Group. O FirstMile foi usado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar alvos que frequentaram o Supremo, além de deputados, advogados, jornalistas e pessoas consideradas críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As revelações foram feitas pela Polícia Federal e se tornaram um escândalo jurídico e político. “Há referência à suposta violação sistemática de preceitos fundamentais no uso desses equipamentos para monitorar magistrados, advogados, jornalistas, políticos, defensores dos direitos humanos, dentre outros envolvidos”, afirmou Zanin.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 10/06/2024 17:38
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação