A estiagem no Pantanal e na Amazônia preocupa o governo federal, que firmou nesta quarta-feira (5/6) um pacto de prevenção com estados das duas regiões. O documento foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e por cinco governadores.
O medo é que haja uma repetição da seca de 2020, quando o Pantanal bateu o recorde de focos de incêndios. Segundo um estudo da WWF-Brasil divulgado nesta semana, o número de focos na região aumentou quase 900% em relação ao mesmo período do ano passado, perdendo apenas para o de 2020. Foram 880 queimadas registradas neste ano, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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Lula e Marina assinaram o pacto durante evento do Dia do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto. Outros 13 decretos foram rubricados. Participaram da assinatura ainda os governadores Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Helder Barbalho (Pará), Gladson Cameli (Acre), Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Antônio Denarium (Roraima), todos da região amazônica e do Pantanal. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também esteve no evento.
“Segundo o ICMBio, nós temos neste momento uma frente de incêndios no Pantanal que praticamente não cessou, em função de ser subterrâneo, de turfa. Nós não conseguimos a cota de cheia no Pantanal, e a Agência Nacional de Águas (ANA), no dia 13, estabeleceu situação hídrica crítica em toda a bacia do Paraguai. É a primeira vez que isso está acontecendo”, comentou Marina Silva em coletiva de imprensa após a solenidade.
Eventos extremos
A ministra comparou a situação climática extrema na Amazônia e no Pantanal com a do Rio Grande do Sul. Todas são fenômenos naturais, mas potencializados pela mudança climática e por efeitos como o El Niño. Ela defendeu que o acordo assinado hoje visa evitar que a situação chegue a uma calamidade.
“Esse pacto de enfrentamento da estiagem e dos incêndios é algo inédito. A gente está tentando se antecipar, já tendo a clareza de que vamos ter uma grande estiagem, com uma grande quantidade de matéria orgânica acumulada no Pantanal, e que o risco de incêndios é muito grande”, destacou.
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