O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o atual ocupante do cargo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela postura adotada diante do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Durante evento em Guarulhos no sábado (25/5), o petista pediu solidariedade às mulheres e crianças "que estão morrendo na Palestina por conta da irresponsabilidade do governo de Israel". "A gente não pode se calar diante das aberrações. A gente não pode deixar de ser solidário porque amanhã a gente vai precisar de solidariedade", discursou o presidente da República.
A fala de Lula ocorreu no mesmo dia em que Israel voltou a bombardear a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mesmo com determinação da Corte de Haia que pedia o fim dos ataques na região, e um dia após o Exército israelense encontrar o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, que foi assassinado no sul do País pelo Hamas e teve o corpo levado para a Faixa de Gaza. Natural de Niterói (RJ), ele tinha 59 anos e deixa duas filhas e seis netos.
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Em suas redes, Bolsonaro acusou Lula de ser "amigo" do grupo terrorista Hamas e questionou o empenho dele em libertar o brasileiro capturado. "O Hamas executou o refém brasileiro e Lula, mais uma vez, não foi ouvido (se é que ele se empenhou) pelos seus amigos terroristas", escreveu o ex-presidente na rede social X (antigo Twitter).
No discurso em Guarulhos, Lula não mencionou a morte de Nisenbaum, mas já havia lamentado o ocorrido com o brasileiro nas redes sociais na sexta-feira, quando a notícia foi divulgada por Israel. "Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel", escreveu o chefe do Executivo, também no X.
"O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina", acrescentou o petista.
Brasil e Israel vivem uma crise diplomática desde que o presidente brasileiro comparou as ações do governo israelense na Faixa de Gaza ao genocídio perpetrado por Adolf Hitler que exterminou milhões de judeus. A postura de Lula é criticada pela oposição e por parte da comunidade judaica, que vê condescendência com o Hamas e falta de veemência nas críticas do presidente à organização terrorista.
Ainda nas redes sociais, Bolsonaro comparou o caso de Nisenbaum com o sequestro da senadora colombiana Ingrid Betancourt pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2002. "Os narcoterroristas também ignoraram Lula", disse o ex-presidente, relacionando a organização ao Foro de São Paulo (FSP), formado por partidos de esquerda da América Latina.
As Farc deixaram de existir em 2016 e nunca participaram oficialmente do FSP. Contudo, o ex-grupo guerrilheiro fechou um acordo de paz naquele ano e se tornou um partido legal na Colômbia. O Comune, nome da adotado pela legenda, integra o Foro de São Paulo.
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