O ministro Paulo Pimenta, que assumiu o Ministério Extraordinário de Apoio ao Rio Grande do Sul, afirmou que das 23 bombas de escoamento de água que estão instaladas no sistema de prevenção de enchentes em Porto Alegre, apenas duas funcionaram durante as chuvas. Pimenta criticou as gestões anteriores do Poder Executivo federal e disse que não investir na estrutura "foi uma opção".
"Nós tivemos uma enchente maior que a de 1941, em torno de 70%. Em algumas cidades, a água passou por cima do dique, em outras o dique rompeu. Das 23 bombas de Porto Alegre, apenas duas funcionaram. Essas bombas são dos anos 70. Seria como se cada um de nós aqui com um corcel 75, em Brasília 76, quando estraga uma peça, não existe outra", disse ele.
As declarações ocorreram em entrevista ao canal Barão do Itararé no YouTube a veículos de comunicação e influenciadores de esquerda. Chamando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff de "golpe", Pimenta afirmou que após ela deixar o governo, os sucessores não alocaram verbas para prevenção dos desastres na capital gaúcha.
"No governo Dilma, essa região teve sete projetos aprovados para prevenção de enchentes e proteção de encostas. Com o golpe, não recebeu mais um centavo para prevenção de enchentes e segurança de encostas. Existe toda uma lógica para ter chegado até isso. Ocorreram opções de não investir em prevenção, estudos ambientais", ressaltou.
O ministro Pimenta afirmou que o governo pretende lançar cidades provisórias, de transição, para até 7,5 mil habitantes. Serão quatro centros urbanos para as vítimas das enchentes ficarem enquanto não recebem moradia definitiva ou reconstroem suas residências. O ministro destacou que em alguns locais, não será possível ocorrer ocupação urbana novamente.
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Novas bombas
Paulo Pimenta destacou que o governo federal está articulando com os demais estados envios de bombas para retirar a água de Porto Alegre, para posteriormente avaliar os estragos em razão das chuvas.
"O que nós temos hoje, neste momento, milhões de metros cúbicos dentro da região metropolitana, que o dique virou uma contenção para a água não sair. Então o governo federal mobilizou um grande esforço, das Forças Armadas e nosso processo direto, para colocar bombas para retirar a água. Conseguimos 20 bombas de São Paulo, oito bombas do Ceará, trazidos pelas Forças Armadas. Estamos trazendo tudo isso para o Rio Grande do Sul, fechar os diques. Tem previsão de chuva para a semana que vem", ressaltou.
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