O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (13/5), que soube da viagem de Anderson Torres aos Estados Unidos por ligação e que considerou que houve uma "quebra de confiança" por parte do ex-secretário de Segurança Pública. Torres estava em solo norte-americano durante os ataques de 8 de janeiro de 2023.
"Ele havia me avisado dessa viagem, mas não havia me dito a data. Só soube que estava lá quando liguei e ele estava nos EUA", disse Ibaneis sobre o ex-secretário. A oitiva do governador ocorreu no âmbito do inquérito que apura a invasão dos Três Poderes. Ibaneis chegou a ser afastado do cargo na ocasião, por uma decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Ibaneis afirmou que após ser afastado não manteve conversas com a vice-governadora, Celina Leão, que passou a ocupar o cargo, nem com o interventor escolhido pelo governo federal, Ricardo Cappeli. O governador afirmou que acredita que se Anderson Torres estivesse coordenando os trabalhos, a situação teria sido diferente.
"Fiz a exoneração dele (Torres) porque entendi que se ele estivesse à frente, não teria acontecido esse fato. Eu acredito que se o Anderson estivesse aí, o controle teria sido outro. Com a participação dele, talvez a gente tivesse tido mais efetividade. Mas não posso atribuir a culpa só a ele", destacou Ibaneis.
Ainda de acordo com o governador, ele se surpreendeu com a imagem de policiais militares "confraternizando com manifestantes". Ele declarou que as férias do secretário precisam ser autorizadas pelo governador, mas que ele não deu aval no caso de Anderson Torres.