A disseminação de notícias falsas envolvendo setores dos governos, em especial o federal, tomou parte do tempo e do trabalho dos órgãos atingidos por essas fake news, que precisaram desmentir diariamente informações mentirosas produzidas dolosamente sobre as ações em apoio ao Rio Grande do Sul. De agências de regulamentação a ministérios da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, setores diversos do Executivo estiveram atentos para reagir contra essa ação criminosa. O governo foi alvo também de discursos mentirosos de parlamentares da extrema direita, que reproduziram informações falsas na tribuna da Câmara durante a semana.
Uma das primeiras fake news que surgiu foi a divulgação inverídica de que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estava retendo nas estradas caminhões que levavam doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul por falta de nota fiscal dos produtos. Mesmo com o desmentido da agência, parlamentares reproduziram a falsa informação na Câmara.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também precisou divulgar uma nota oficial desmentindo que não vetou ou colocou qualquer restrição ao transporte de medicamentos destinados para aquele estado.
"É falso o vídeo que está circulando nas redes sociais sobre a Anvisa estar proibindo a entrada de medicamentos doados para atender as vítimas da calamidade provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul", divulgou a agência.
O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, está praticamente em permanente plantão concedendo entrevistas rebatendo essas notícias improcedentes, que atingiram também órgãos do governo estadual.
Para tentar conter as fake news, o governo chegou a instalar, na sexta-feira, uma sala de situação para enfrentar a desinformação envolvendo ações de auxílio à população gaúcha. A Advocacia-Geral da União (AGU) está à frente desse grupo, que reúne ainda representantes da Secom, do Ministério da Justiça e da Polícia Federal.
No sábado (11), foi a vez do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços disparar um alerta contra fake news, envolvendo doações de Portugal para o Rio Grande do Sul, iniciativa anunciada pelo vice-presidente e também ministro da área, Geraldo Alckmin.
A pasta negou informações falsas de que doações de produtos novos estariam sendo rejeitados pelo governo, que reafirmou em nota que esses produtos destinados à população gaúcha estão isentos de pagamento de tributos.
"Diferentemente do que narrativas falsas alegam, esse normativo não veda a doação de itens novos. Doações internacionais de bens novos sempre foram — e seguem sendo — permitidas. O que a portaria faz é facilitar, por 30 dias e para atender o Rio Grande do Sul, as doações de itens usados", informou o ministério em nota. A comunidade brasileira em Portugal, com apoio dos portugueses, arrecadou mais de 200 toneladas de doações.