homenagem

Amigos celebram legado do ministro Carlos Mathias

Magistrado foi velado e sepultado nesta quinta-feira. Foi lembrado por personagens da política e do Judiciário como um homem capaz, bem-humorado e com profundas ligações com a cultura de Brasília

Amigos e parentes se despediram, ontem, do ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Carlos Fernando Mathias. Ele morreu na noite de quarta-feira, em casa, aos 85 anos.

O ministro e decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes conviveu por décadas com Mathias. E destacou que o jurista deixou um importante legado. "Sou colega dele na Universidade de Brasília. E acompanhei também no TRF (Tribunal Regional Federal) e no STJ. Sou um amigo e admirador. Uma pessoa sempre bem-humorada, amigo dos amigos, e um amigo de Brasília também. Teve funções importantes aqui na gestão cultural e foi engajado na consolidação da cidade. Sou um admirador do Mathias e sinto muito esse desfecho", disse o ministro.

O ex-governador José Roberto Arruda lembrou que o ministro aposentado do STJ foi um dos responsáveis pela obra do Teatro Nacional. "Ela era um ser humano incrível, de uma inteligência muito aguda, de uma cultura fantástica e super-bem-humorada. Em 1979, ele era presidente da fundação cultural, a Eurides (Brito) era secretária de Educação e eu era diretor de edificações da Novacap. Juntos terminamos a obra do Teatro Nacional. Tive o privilégio de conviver com ele. Deixa como legado o bom humor, uma cultura geral fantástica e uma passagem pela vida de Brasília muito importante", destacou Arruda.

Para o ex-senador pelo Distrito Federal Adelmir Santana, Mathias era conhecido pelo bom humor e pela atuação em prol da cultura. Mas também será lembrado pelo lado religioso.

"O professor Carlos Mathias foi meu professor em 1964 e 1965, no Elefante Branco (centro de ensino médio na 908 Sul). Depois, foi meu professor na universidade. Era um homem memorável, religioso, sempre nos encontrávamos na igreja. Tinha uma representatividade muito grande por sua cultura, pelo que fez por esta cidade e, notadamente, na questão de ter sido professor", recordou.

Natural do Rio de Janeiro, Mathias deixa mulher, duas filhas e um neto. Integrou o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). Foi colaborador do caderno Direito & Justiça, do Correio.

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