O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (9/5) que "divergências não valem nada" em tempos de tragédia, citando as enchentes no Rio Grande do Sul que já resultaram em mais de 100 mortes e deixaram milhares de desabrigados. O petista reforçou ainda que o governo federal não poupará esforços para auxiliar o estado.
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"Estava há dois dias no Rio Grande do Sul chorando o maior desastre climático que temos conhecimento no Brasil e estava há dois clamando para que Deus parasse de derramar água no RS porque quase 400 cidades inundadas, centenas de mortos, desaparecidos. Fui para lá com Lira, Pacheco, presidente do STF, TCU, para mostrar que as nossas divergências não valem nada na época que a gente tem que cuidar do povo desse país e tem que demonstrar solidariedade", disse Lula.
"Eu que chorava no RS para parar de chover, comecei a rir quando cheguei e vi a chuva caindo no sertão de Alagoas. É uma coisa extraordinária o tamanho desse país e as sensações de emoções que a gente sente. Então estou triste com a chuva no RS e alegre com a chuva aqui no sertão. Não é sempre que a gente vê uma árvore verde, animais comendo, pessoas produzindo, colhendo e comendo e vendendo."
Lula destacou a força do Nordeste para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul, se disse grato pela quantidade de pessoas que tem se voluntariado e, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que construirá um Brasil "fraterno e solidário, sem ódio e sem mentira" até o fim do mandato.
"O RS sabe o que o Nordeste pode fazer por ele. Sou muito grato de ver a quantidade de voluntários que estão se apresentando para trabalhar, feliz em ver governadores mandando gente para lá, estudantes indo para lá, mulheres e homens indo para lá para ajudar em alguma coisa. É esse país fraterno e solidário, sem ódio e sem mentira que nós vamos construir até o fim do meu mandato em 2026", acrescentou.
Lula reiterou ser "grato" ao que o Senado e a Câmara têm feito pelo governo.
"De vez em quando ouço falar: 'O Lira tá nervoso'. Eu mando o Rui Costa conversar com ele. Dois nervosos se entendem. Quando tem algum problema no Senado, eu falo com os senadores, com o Pacheco, e não tem problema. É assim que a gente governa o país. Quem é eleito presidente não tem que ficar escolhendo inimigo, não tem que destratar governador, prefeito, opositor ou partido contrário. O presidente tem que ser exemplo de decência, dignidade e de comportamento civilizado nesse país. É assim que vamos consertar o Brasil, é assim que vai parar de ser considerado um país pobre", concluiu.
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