tragédia no sul

Diante de Lula, Eduardo Leite pede trégua na polarização e união pelo RS

Diante de Lula, governador gaúcho exorta todos a deixarem de lado diferenças ideológicas e unirem forças contra o desastre

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pediu, ontem, a união entre o governo e a oposição para encontrar soluções contra os efeitos da calamidade climática no estado. A tragédia das chuvas pode gerar um distensionamento do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com alguns setores, efeito muito esperado por assessores do Planalto. E também pode arrefecer a polarização, uma vez que a crise causada pelas enchentes atinge a todos, independentemente de simpatias ideológicas.

Diante de Lula, Leite repetiu o lema do governo de "união e reconstrução". E disse que o momento atual não é de apontar culpados, e sim de entender o que é exigido dos governantes.

"Preciso fazer um pedido aqui, já que estou vendo muitos parlamentares de partidos diferentes: não é hora de procurar culpados. Não é hora de transferir responsabilidades. A gente vai ter que trabalhar à altura do que o momento histórico nos exige", frisou. E dirigindo-se a Lula, disse: "O senhor colocou como lema do seu governo 'união e reconstrução'. O Brasil já precisava de união antes, a reconstrução do país já era necessária. Mas, agora, é concreta, é material", exortou, na reunião na qual o presidente da República esteve acompanhado dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-Al) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do vice-presidente do Supremo Tribunal federal (STF), Edson Fachin, e de ministros do primeiro escalão do governo federal.

Criticando o limite de fiscal de gastos imposto aos estados, Leite voltou a defender aos parlamentares a construção de consenso para garantir os recursos extraordinários que o Rio Grande do Sul precisa para o enfrentamento da calamidade. Fez um longo relato sobre o que chamou de "cenário de guerra".

"Quero agradecer, presidente, pela sua segunda vez aqui, sua disposição de mobilizar forças e o governo inteiro para essa superação de um cenário de guerra. Sim, é um cenário de guerra no estado. E como um cenário de guerra, vai ter que ter também um tratamento do pós-guerra", cobrou o governador.

Show da Madonna

Apesar do apelo do governador gaúcho por uma trégua na polarização ideológica, as redes sociais mais uma vez se tornaram fontes de mentiras e desinformações em relação às enchentes que devastam o Rio Grande do Sul. Ontem, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, teve de postar um vídeo para rebater falsidades que ligavam o governo federal ao show da cantora Madonna, realizado na noite de sábado, no Rio de Janeiro.

"Estou perplexo com a quantidade mentiras e desinformações e os vídeos que estão circulando, tentando criar uma narrativa de uma ligação do show da Madonna com a tragédia do Rio Grande do Sul. Não consigo entender como, num momento como este em que a gente está trabalhando para salvar vidas, tem gente que se dedica a produzir mentiras. O show da Madonna não recebeu dinheiro do governo federal, que seria destinado ao Rio Grande do Sul. A hora é de a gente fazer uma grande corrente positiva", exortou Pimenta, esclarecendo que o evento foi realizado com dinheiro de um banco, uma cervejaria, pelo governo do Rio de Janeiro e pela prefeitura da capital fluminense. O vídeo do ministro viralizou nas contas dos membros do Executivo.

 

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