justiça eleitoral

Moraes na despedida do TSE: "O Brasil saiu vencedor"

Ao deixar a presidência da Corte, ministro afirma que país mostrou ser possível reagir ao "novo populismo digital extremista"

O ministro Alexandre de Moraes recebeu elogios e foi aplaudido de pé na despedida do cargo na Corte -  (crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE )
O ministro Alexandre de Moraes recebeu elogios e foi aplaudido de pé na despedida do cargo na Corte - (crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE )

O ministro Alexandre de Moraes se despediu, nesta quarta-feira, do comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reiterando que a desinformação continuará a ser combatida pela Corte. O magistrado cobrou a regulamentação das redes sociais que, segundo ele, é fundamental para que o eleitor vote com consciência e liberdade.

"Não é possível admitirmos que haja a continuidade de um número massivo, de desinformação, notícias fraudulentas, deep fakes, agora anabolizadas pela inteligência artificial. Não é mais possível que toda a sociedade, todos os Poderes constituídos aceitem essa continuidade sem uma regulamentação mínima", afirmou.

Moraes passou dois anos à frente do tribunal e foi o responsável pela condução da Justiça Eleitoral no pleito de 2022, considerado o mais conturbado desde a redemocratização.

"Este Tribunal Superior Eleitoral dá o exemplo da necessidade de rompimento dessa cultura de impunidade das redes sociais, seja com as decisões e regulamentações das eleições de 2022, seja com a aprovação, de relatoria da ministra Cármen Lúcia, das novas resoluções para as eleições de 2024", ressaltou.

Ele destacou que a Corte continuará combatendo as fake news. "Aqui no Brasil, mostramos que é possível uma reação a esse novo populismo digital extremista, que pretende solapar as bases da democracia. O Brasil saiu vencedor, a população brasileira saiu vencedora."

A ministra Cármen Lúcia será a substituta de Moraes no comando da Corte. Ela assume na segunda-feira e ficará dois anos no cargo. Terá como vice o ministro Kassio Nunes Marques.

O TSE é composto por sete ministros, sendo três do Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois advogados com notório saber jurídico, indicados pelo presidente da República.

Na sessão, Cármen Lúcia classificou o magistrado como "a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa", ao relembrar a atuação dele na condução das eleições de 2022. A ministra ressaltou o combate aos ataques à Justiça Eleitoral e ao sistema eletrônico de votação.

"Era essencial que houvesse uma atuação tal como aconteceu", sustentou Cármen Lúcia. "Momento de grave comprometimento da sociedade no sentido de um conflito que se impôs e que se estabeleceu contra o TSE, contra as urnas eletrônicas, e que, no final, nada mais é do que um atentado contra a democracia brasileira, garantida por eleições livres, seguras e transparentes."

A magistrada elogiou Moraes. "As leis são necessárias, mas não são suficientes se elas não forem postas em prática e garantidas por um Poder Judiciário independente, uma imprensa fortalecida e livre e uma cidadania participante e responsável", destacou. "E isso se garantiu exatamente pela atuação de Vossa Excelência presidindo este Tribunal Superior Eleitoral", acrescentou a ministra, que tomará posse na segunda-feira.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 30/05/2024 03:55