Justiça

Apenas 14,25% dos juízes brasileiros são negros, aponta CNJ

Maior quantidade de magistrados que se declaram negros ou negras está na Justiça Eleitoral, segundo documento

De acordo com dados do CNJ, participação feminina na magistratura é de 36,8% -  (crédito: Rômulo Serpa/Agência CNJ)
De acordo com dados do CNJ, participação feminina na magistratura é de 36,8% - (crédito: Rômulo Serpa/Agência CNJ)

O relatório “Justiça em Números”, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nesta terça-feira (28/5), revelou que o Poder Judiciário conta com apenas 14,25% de juízes que se autodeclaram negros e negras. Segundo o documento, o maior percentual está na Justiça Eleitoral (18,1%), e o menor consta na Justiça Militar Estadual (6,7%).

No caso dos servidores, a Justiça Eleitoral também tem o maior percentual daqueles que se declaram negros e negras (37,5%). Nos tribunais superiores, chega a 32,8%. Enquanto isso, a menor quantidade da população negra no funcionalismo está na Justiça do Trabalho, com 24,2%.  

Poucas mulheres 

De acordo com dados do CNJ, a participação feminina na magistratura é de 36,8%. Há mais mulheres como juízas substitutas na primeira instância. Neste segmento, o percentual chega a 41,68%. 

A Justiça Estadual também conta com a maior quantidade de mulheres; 38,2%. O menor percentual está na Justiça Militar Estadual, com 22,2%. O relatório revelou que, na segunda instância, a quantidade de desembargadoras cai para 23,9%. Nos tribunais superiores, as ministras são 18,8% do total de magistrados.  

Entre as servidoras nas várias instâncias, há 53,5% de mulheres. A maior quantidade está na Justiça Estadual, com 56,9%; a menor, na Justiça do Trabalho (42,6%).

Alta demanda 

O CNJ apontou que o Poder Judiciário recebeu 35 milhões de novos processos em 2023. O número representa 9,4% a mais do que o registado no ano anterior. O excesso também causou um aumento nas despesas — que bateram recorde no ano passado. 

No total, 2023 terminou com um acervo de 83,8 milhões de processos em tramitação, incluindo os suspensos, sobrestados e em arquivamento provisório. O documento mostrou que as despesas totais do Judiciário somaram R$ 132,8 bilhões, que equivalem a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 2,38% dos gastos de União, estados, Distrito Federal e municípios. 

Com salário e penduricalhos, o custo mensal de cada magistrado é de R$ 68,1 mil. “Esse crescimento foi ocasionado pela variação na rubrica das despesas com pessoal, que cresceram 9%; das despesas de capital, com aumento de 32,9%; além da variação positiva das outras despesas correntes (4%)”, diz o relatório. 

O número representa um aumento de 9% em relação a 2022. Os valores anuais foram corrigidos conforme Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

 

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postado em 28/05/2024 17:02 / atualizado em 28/05/2024 17:06
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