O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta terça-feira (28/5) a meta do Ministério da Educação de atingir 80% das crianças alfabetizadas na idade certa em 2030 como “pouco”, mas afirmou que o índice leva em conta o histórico do ensino público no país. Apesar de ter celebrado o retorno do índice ao patamar pré-pandemia, o petista destacou que número “não é motivo de orgulho”.
O Planalto divulgou hoje o Indicador Criança Alfabetizada, criado em 2023 e que traz uma nova metodologia para avaliar a alfabetização. O indicador do ano passado chegou a 56%, enquanto o antigo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) atingiu 55% em 2019 e chegou a 36% em 2021, após o fechamento das escolas por conta da covid-19. O levantamento considera crianças da rede pública que estão no 2º ano do ensino fundamental, considerado o momento correto para a alfabetização.
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“55% em 2019 não era um número bom, vamos ser francos. Não tem nenhum motivo de orgulho você constatar que, em 2019, você só tinha 55% das crianças alfabetizadas na idade certa”, discursou Lula durante a cerimônia para anunciar o indicador e a meta para 2023. “Nós estamos propondo aqui que, até 2030, a gente chegue pelo menos até 80%. Eu diria que é uma coisa nobre, mas uma coisa pequena. Porque nós temos que chegar a 100%”, acrescentou.
Veja momento da fala:
O evento contou ainda com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, de nove governadores e secretários estaduais de educação, entre outras autoridades.
Governo vai acompanhar ações de estados e municípios
O governo anunciou também medidas para atingir a meta, incluindo colaboração com estados e municípios, e uma premiação — ainda não detalhada — para as cidades que atingirem o objetivo em 2024, de 60%.
Lula destacou que o objetivo, porém, não é criar concorrência ou competição entre os entes federativos, que têm dificuldades próprias e desigualdades na educação pública. “A gente vai acompanhar todos os municípios, todos os estados, mas não para ficar fazendo concorrência entre quem fez mais e quem fez menos. Mas para a gente orientar como se melhora aquilo que não está bem, e divulgar o que está bem”, enfatizou.
O chefe do Executivo defendeu ser preciso melhorar a qualidade do ensino público para que a classe média também o frequente, e não apenas as escolas particulares. E reconheceu os desafios das escolas públicas. “Eu acho pouco [a meta de] 80%, mas acho muito se a gente imaginar a tradição do ensino fundamental neste país”, disse.
Entre os governadores presentes na cerimônia estavam Ronaldo Caiado (Goiás), Elmano de Freitas (Ceará), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro). O prefeito de Recife, João Campos, também participou.
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