Caso Marielle

Moraes autoriza PF a ouvir delegado preso por morte de Marielle

Rivaldo Barbosa escreveu um bilhete onde pede "pelo amor de Deus " e "por misericórdia" para prestar depoimento

Imagem mostra Rivaldo Barbosa, ex-chefe da PCRJ, chegando a Brasília para ser preso, em 24 de março de 2024. -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Imagem mostra Rivaldo Barbosa, ex-chefe da PCRJ, chegando a Brasília para ser preso, em 24 de março de 2024. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta segunda-feira (27/5), que a Polícia Federal tome o depoimento do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, preso em função das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018.

Moares ressaltou no despacho que os investigadores deverão assegurar o direito ao silêncio e a garantia de não incriminação. A PF terá prazo de cinco dias para realizar a oitiva. 

Na semana passada, o delegado fez um pedido escrito à mão para ser ouvido pela PF. Ao ser intimado a responder à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Rivaldo pediu "pelo amor de Deus " e "por misericórdia" para prestar depoimento. Ele está preso no presídio federal em Brasília.

Além do delegado, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o deputado federal (União-RJ) Chiquinho Brazão foram denunciados ao Supremo pela PGR por homicídio e organização criminosa. Todos estão presos por determinação de Moraes pelo suposto envolvimento no assassinato da vereadora.

Segundo as investigações, o ex-chefe da Policia Civil deu orientações, a mando dos irmãos Brazão, para realização dos disparos contra Marielle e o motorista Anderson Gomes.

Após a apresentação da denúncia, a defesa de Rivaldo Barbosa questionou a credibilidade dos depoimentos de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato e que apontou o delegado e os irmão Brazão como participantes do crime.

Ronnie Lessa diz que matou Marielle por promessa de chefiar milícia

O ex-policial militar Ronnie Lessa disse que matou a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) por promessa de que ele se tornaria um dos chefes de uma nova milícia em Jacarepaguá, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo ele, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão ofereceram para ele um loteamento clandestino avaliado em milhões de reais. As declarações constam na delação premiada de Ronnie Lessa e foram obtidas pelo programa Fantástico, da TV Globo.

"Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro (...) Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa (...) Então, na verdade, eu não fui contratado para matar Marielle como um assassino de aluguel. Eu fui chamado para uma sociedade", disse Lessa, em delação.

Com informações da Agência Brasil.

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postado em 27/05/2024 20:09
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