QUEIMADAS

Flávio Bolsonaro: "Lula nunca se importou com o meio ambiente"

Senador divulga pesquisa sobre aumento de queimadas e relaciona os dados com o desinteresse do Presidente da República com o tema

O arquivo digital sobre Flávio Bolsonaro foi criado um mês antes de o então diretor-geral da Abin, hoje pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro, ser escolhido por Bolsonaro para comandar a PF.

 -  (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O arquivo digital sobre Flávio Bolsonaro foi criado um mês antes de o então diretor-geral da Abin, hoje pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro, ser escolhido por Bolsonaro para comandar a PF. - (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a atuação de Lula em relação às políticas ambientais de combate às queimadas via publicação no X (antigo Twitter), usando uma reportagem da Revista Oeste, intitulada “Número de queimadas aumenta mais de 80% no país”. De acordo com o veículo, o Brasil ultrapassou a marca de 17 mil focos de incêndio nos quatro primeiros meses deste ano.

Na legenda da publicação, o senador escreveu: “As fotinhos em clima de lua de mel com Macron eram puro teatro. Lula nunca se importou com o meio ambiente! Enquanto alguns de seus amigos queimam a erva, Lula deixa queimar a Amazônia!”.

 A pesquisa divulgada na reportagem foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o levantamento, o período de 1º de janeiro a 29 de abril de 2023 registrou mais de 17 mil focos de incêndio no território nacional, representando um aumento de 81% em comparação ao mesmo período de 2023. 

Embora a crítica de Flávio Bolsonaro seja ao presidente Lula, a reportagem mencionada pelo senador  não relaciona diretamente o Presidente da República como o responsável pelas queimadas. A equipe do Inpe deixa claro que aumento dos focos de incêndio está relacionado às mudanças climáticas, aos cortes orçamentários destinados ao combate a incêndios e à greve dos fiscais ambientais. 

Greve no setor

Em janeiro deste ano, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interromperam as atividades de fiscalização ambiental, em protesto por melhorias salariais e reestruturação de carreiras. 

De acordo com a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), o orçamento do Ibama para combate a queimadas tem disponíveis R$ 50 milhões, cerca de 41% do valor requisitado inicialmente, sofrendo redução de 24% em relação ao ano passado.

Ainda segundo a Ascema, a greve prejudicou a fiscalização de queimadas em todo país. Na Amazônia, por exemplo, as multas pelo crime de desmatamento sofreram diminuição em 87,84%.

As atividades internas e administrativas do Instituto seguem em andamento.

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Giovanna Souza
postado em 23/05/2024 19:40
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