RIO GRANDE DO SUL

Eduardo Leite reconhece que estudos alertaram riscos de enchentes no RS

No entanto, o governador do Rio Grande do Sul afirmou que não investiu mais recursos na prevenção de desastres porque "o governo também vive outras agendas"

Segundo Eduardo Leite, o governo está buscando uma adaptação e a tragédia climática que atinge o estado impõe ao governo e à sociedade uma nova postura diante dos alertas -  (crédito: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)
Segundo Eduardo Leite, o governo está buscando uma adaptação e a tragédia climática que atinge o estado impõe ao governo e à sociedade uma nova postura diante dos alertas - (crédito: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), reconheceu que estudos já alertavam para o risco de chuvas intensas e enchentes no estado gaúcho, mas afirmou que não investiu mais recursos na prevenção de desastres porque "o governo também vive outras agendas".  "A gente entra aqui no governo e o estado estava sem conseguir pagar salário, sem conseguir pagar hospitais, sem conseguir pagar os municípios. A agenda que se impunha ao estado era aquela especialmente aquela vinculada ao restabelecimento da capacidade fiscal", disse o governador, em entrevista à Folha de S.Paulo, no domingo (19/5).

Segundo Eduardo Leite, o governo está buscando uma adaptação e a tragédia climática que atinge o estado impõe ao governo e à sociedade uma nova postura diante dos alertas. "Muitos alertas se revelam agora especialmente relevantes. Muitos alertas foram feitos e não se consumaram também. Então, naturalmente, vamos estruturar o poder público para que a gente possa receber esses alertas, tentar depurar o que é crítico, o que não é tão assim. Não é o governante de plantão sozinho que vai conseguir fazer isso", pontuou.

O governador gaúcho negou a ideia de que as mudanças em 480 normas ambientais, sancionadas em 2020, estejam relacionadas com a crise climática vivenciada no Rio Grande do Sul. "Simplesmente burocratizar e dificultar licenças não é proteger o meio ambiente. Acabaram com a legislação ambiental? Não, aprimoramos, modernizamos, ajustamos e até endurecemos em muitos pontos", defendeu Eduardo Leite.

Sobre a escolha de Paulo Pimenta para o Ministério Extraordinário de Apoio ao Rio Grande do Sul, Eduardo Leite destacou que todo apoio é bem-vindo e que tem dialogado com o ministro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O meu papel como governador não é o de fazer análises políticas, é de resolver o problema. Para resolver o problema, precisamos juntar as forças de todos, inclusive a do governo federal. O presidente apresentou o seu preposto para esta missão de apoiar a reconstrução, vamos trabalhar com ele, vamos juntar as forças para poder atender a população", frisou o governador.

  • Vista aérea de um armazém destruído por enchentes na zona portuária de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 19 de maio de 2024
    Vista aérea de um armazém destruído por enchentes na zona portuária de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 19 de maio de 2024 NELSON ALMEIDA / AFP
  • Vista de uma casa inundada no bairro Rio Branco, em Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 17 de maio de 2024
    Vista de uma casa inundada no bairro Rio Branco, em Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 17 de maio de 2024 ANSELMO CUNHA / AFP
  • Um homem caminha por uma rua inundada no centro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 19 de maio de 2024
    Um homem caminha por uma rua inundada no centro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 19 de maio de 2024 NELSON ALMEIDA / AFP
  • Vista aérea do entorno inundado do mercado público no centro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 19 de maio de 2024
    Vista aérea do entorno inundado do mercado público no centro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 19 de maio de 2024 NELSON ALMEIDA / AFP

Entretanto, Eduardo Leite ressaltou que o protagonismo em liderar o processo de reconstrução do estado deve ser do governo estadual. "Naturalmente, o governo do estado tem um protagonismo que não é por vaidade ou interesse pessoal do governador, é pelo que o voto popular conferiu. Nós somos uma federação, e uma federação composta por estados onde existem governos constituídos pelo voto popular para liderar um processo, não para mandar simplesmente. Não é para ser do jeito que eu quero, porque eu ganhei uma eleição, é para liderar o processo reunindo as forças da sociedade", disse.

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postado em 20/05/2024 08:04
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