Articulação

Pacheco pede que prefeitos enviem contraproposta a desoneração da folha

Em sessão temática sobre a situação financeira das prefeituras, presidente do Senado defendeu que a reoneração previdenciária das cidades de até 142 mil habitantes seja escalonada

"A situação se apresenta mais crítica quando detalhamos a situação orçamentária e fiscal dos municípios", argumentou Pacheco - (crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), importante personagem nas negociações entre os municípios e a União, pediu, nesta segunda-feira (13/5), que os prefeitos apresentem uma contraproposta a desoneração da folha de pagamento de cidades de até 142 mil habitantes para ser entregue ao governo federal logo, uma vez que, segundo ele, “estamos espremidos pelo tempo”. O senador defendeu que é preciso chegar a um “encaminhamento” em comum.

Pacheco anunciou, durante a sessão de debates voltada para a situação financeira dos municípios, que se reunirá na terça (14) com o advogado-geral da União, Jorge Messias, para debater o assunto, mas não entrou em detalhes sobre como ficaria a situação para os 17 setores da economia, que também encontram-se desonerados e geram impasse entre empresários, parlamentares e o Planalto.

O parlamentar apontou que o principal ponto em questão é a fonte de compensação para a renúncia fiscal em decorrência da redução da alíquota previdenciária das cidades. “Estive com o ministro (da Fazenda) Fernando Haddad no Planalto, um pouco antes da reunião com (o governador do Rio Grande do Sul) Eduardo Leite, e tratei do encaminhamento de uma composição nesses pontos todos.”

“Remanesce a questão da desoneração que, pelo que entendi, é problema da falta de indicação da compensação e fonte de receita do que propriamente um capricho do governo de não aceitar uma alíquota menor. Diante disso, considero que poderíamos encaminhar a solução do acordo via substitutivo na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 66, propondo ao governo todos os itens”, explicou.

A PEC citada pelo parlamentar, cujo relator é o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), trata da renegociação das dívidas previdenciárias dos municípios e a ideia de Pacheco seria aproveitar a tramitação da matéria para aprovar a solução acordada entre as partes. Após a judicialização do tema ter azedado a relação entre o Congresso e o Planalto, na última semana, Haddad apresentou uma proposta aos setores contemplados pela desoneração mas que acabou não atendendo às prefeituras.

“A situação se apresenta mais crítica quando detalhamos a situação orçamentária e fiscal dos municípios. Somente as despesas em educação e saúde e as obrigações funcionais correspondem a quase metade da expansão das despesas públicas. Ou seja, há pouca margem de manobra para resolver a questão por meio de expedientes internos de natureza administrativa”, argumentou Pacheco.

Para Pacheco, uma saída possível seria uma reoneração escalonada. “Podemos pensar em um formato que não deve ser a retomada dos 20% (sobre a folha), como hoje se impõe pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), e que não seja eventualmente os 8% para todo sempre. Eventualmente, uma composição que pudesse indicar uma fonte para manter os 8%, neste ano, assim como fez para os 17 setores”, opinou.

“Uma proposta intermediária escalonada ao longo de 2024 até que, em 2028, se chegue a uma alíquota que pode ser de 14%, 16%, 18%. É uma discussão que temos que fazer, sempre apresentando a fonte de compensação”, argumentou ele.

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postado em 13/05/2024 20:24
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