Rio Grande do Sul

Senado aprova decreto de estado de calamidade pública no RS

O texto, relatado na Casa Alta pelo gaúcho Paulo Paim (PT), foi aprovado por votação simbólica

Vista aérea de uma área inundada, incluindo um parque de diversões, em Canoas, município ao norte de Porto Alegre, Brasil, tirada em 7 de maio de 2024       -  (crédito: Nelson ALMEIDA / AFP)
Vista aérea de uma área inundada, incluindo um parque de diversões, em Canoas, município ao norte de Porto Alegre, Brasil, tirada em 7 de maio de 2024 - (crédito: Nelson ALMEIDA / AFP)

O plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (7/5), por votação simbólica — quando não há registro formal dos votos —, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que decreta estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro deste ano (236/2024). A medida foi a saída que o governo encontrou para agir com rapidez ante o pior desastre natural que já atingiu o estado. O PDL foi relatado na Casa Alta pelo gaúcho Paulo Paim (PT) e agora será promulgado.

“As ferramentas dos agricultores todas, eu diria, onde a água chegou, sumiram. Você vê boi, vaca, você vê animais boiando nas águas, envolvidos pela força da correnteza. (...) Há pouco tempo me chegou a informação, o governo Lula e o ministro (da Fazenda, Fernando) Haddad estão elaborando e construindo a redação final, e vão atender um pleito dos gaúchos e gaúchas há muito tempo. Neste momento de desespero, de suspender o pagamento da dívida do estado, de suspender o pagamento da dívida do estado até o fim do ano. É uma notícia que fortalece a todos aqueles que estão nesse movimento. Dos 27 estados, 26 mais o DF, todos estão colaborando nesse momento com o povo gaúcho”, comentou ele, emocionado, no plenário.

O PDL foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na segunda (6), encaminhado para o Congresso e aprovado na Câmara no mesmo dia. O texto permite que o governo gaste por fora do arcabouço fiscal com medidas para recuperar o estado após o fim das enchentes, que já causaram pelo menos 95 mortes e afetou cerca de 1,4 milhão de pessoas.

Assim, a União fica autorizada a não computar, para a meta de resultado fiscal, exclusivamente as despesas autorizadas por meio de crédito extraordinário e as renúncias fiscais necessárias ao enfrentamento dessa calamidade pública e de suas consequências sociais e econômicas.

O montante usado para socorrer os gaúchos também não estará sujeito à limitação de empenho, ou seja, de contingenciamento. A gestão federal poderá dispensar licitações, sem os tradicionais trâmites burocráticos, mas somente voltado para ações de reconstrução das cidades afetadas, como pontes e postos de saúde.

Outro texto será enviado para o Congresso visando ampliar a quantidade de emendas que poderão ser emitidas ao Rio Grande do Sul, somando R$ 1,6 bilhão em emendas individuais, especiais e de bancada para apoiar os municípios.

O socorro aos gaúchos é amplamente apoiado pelos parlamentares governistas e de oposição. O senador Marcos Rogério (PL-RO) avaliou que a ação em prol do estado é uma “situação excepcional” e comparou as medidas emergenciais àquelas que o Congresso teve de tomar durante a pandemia de covid-19.

“A tragédia que atinge o estado do Rio Grande do Sul também exige do parlamento uma tomada de posição para entender a gravidade disso e dotar o país de uma legislação que garanta o apoio necessário e na hora certa. Não dá para você ficar esperando as pessoas que já estão sofrendo, que já estão padecendo, vencer toda a burocracia para ver o socorro chegar. Então, eu defendo, diante de uma situação excepcional como essa do Rio Grande do Sul, aí sim justifica-se flexibilizar as regras fiscais para a gente atender aqueles que mais precisam. Nesse caso, eu tenho posição favorável a esse decreto, obviamente que com a cautela, com a desconfiança de que o governo às vezes aproveita situações como essa para alargar ainda mais a gastança”, comentou ele após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar o retorno do DPVAT, com um jabuti que abre crédito de mais de R$ 15 bilhões ao governo.

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postado em 07/05/2024 18:46
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