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Na Colômbia, Lula propõe mais integração

Para o presidente brasileiro, somente com um continente mais unido se poderá fechar acordos equilibrados com as potências mundiais. Quer, também, maior colaboração contra o crime transamazônico

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, ontem, na Colômbia uma maior integração entre os países sul-americanos. Esta seria uma forma, segundo ele, de essas nações serem mais "respeitadas" pelas potenciais mundiais e, a partir daí, conquistar acordos comerciais em base mais favoráveis.

"Estou convencido de que quanto mais fortes nós estivermos, mais seremos respeitados por Estados Unidos, União Europeia, China, Rússia ou pela Índia. Não é a subserviência que faz a gente crescer. O que faz a gente crescer é uma posição ativa e altiva para que a gente se faça respeitar no mundo dos negócios. Precisamos de uma chance. Não é possível que a gente não tenha nenhuma Holanda, Finlândia, Noruega, Dinamarca. É tudo pobre? Será que Deus não olha para este continente e vê que somos bons, que somos cuidadosos? O problema está na gente definir o tamanho que a gente quer ser", exortou, no discurso que fez no Fórum Empresarial Brasil-Colômbia.

Lula lembrou que os investimentos diretos dos dois países somaram quase US$ 7 bilhões, em 2023, e que os colombianos são "indispensáveis". "Esses avanços podem ser maiores. Estamos falando de duas das três economias mais importantes da América do Sul. Juntos, somamos 255 milhões de consumidores. A vocação para unir o Caribe, o (Oceano) Pacífico e a Amazônia torna a Colômbia um sócio indispensável", salientou.

Lula lembrou que ambos os países "estão bem posicionados para fazer frente ao imperativo da transição ecológica e da reindustrialização das economias" e falou em "exportar sustentabilidade". "Noventa por cento da energia elétrica consumida no Brasil tem origem em fontes renováveis".

Mais cedo, Lula se reuniu com o presidente colombiano, Gustavo Petro, e defendeu que os dois países atuem juntos no combate ao desmatamento, ao crime organizado e ao garimpo — problemas que assolam a Amazônia dos dois países.

 

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