Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, nesta quarta-feira (17/4), o ministro da Defesa, José Múcio, e os três comandantes das forças — Exército, Marinha e Aeronáutica — se queixaram do orçamento, insuficiente para suas áreas, e pediram apoio dos parlamentares, que podem destinar recursos através de emendas.
Múcio solicitou apoio financeiro para que os projetos estratégicos não sejam paralisados, e cobrou previsibilidade orçamentária. O ministro afirmou que o governo investe o equivalente a apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) na defesa, diferente de outros países, que chegam a 2,5%, disse.
"Nós não precisamos de 2% como os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A Colômbia, um país pequeno, tem 3,6% do PIB. Nossos vizinhos estão com um orçamento maior que o Brasil. Mas diante das nossas prioridades, nós não estamos investindo em uma defesa, que é a guardiã do nosso território, nossa soberania", disse o ministro.
"A defesa não tem apelo eleitoral, mas é de relevância para a soberania", afirmou ainda o chefe da Defesa. "É muito difícil, num país como o Brasil, com tantos problemas, pedir dinheiro para a Defesa. Mas, hoje, compramos sem a certeza de podermos pagar”, afirmou também Múcio.
O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, falou do desmonte da força que comanda. "Nos últimos vinte anos, a esquadra desmobilizou 50% dos seus meios. E até 2028 mais 40% serão desmobilizados, dos 50% que sobraram”.
As queixas também partiram do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno. "Não estamos voando a quantidade de horas necessárias para mantermos os pilotos adestrados e atender todas as demandas”, disse.
A Força Aérea Brasileira (FAB) conta hoje com 458 aeronaves ativas. Em 2014, eram 576. Segundo o brigadeiro, o déficit anual para a manutenção das aeronaves é de R$ 1,3 bilhão.
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