O julgamento do senador Sergio Moro (União-PR) avança no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), com um placar de 3 a 2 pela absolvição do ex-juiz. Fontes reservadas, próximas ao PL, de Jair Bolsonaro, indicam que o senador tem conversado com a família Bolsonaro para convencer o partido em desistir de um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em caso de absolvição no Paraná.
A ação que pede a cassação do ex-juiz por abuso de poder econômico durante a eleição de 2022 foi proposta pelo partido de Bolsonaro, mas logo acompanhada por outro pedido idêntico da Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT. Com o julgamento tendendo a uma absolvição de Moro, a expectativa do senador é que o PL não recorra desse resultado.
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Mas, ao Correio, o advogado que atua para o PL no processo de cassação de Moro, Guilherme Ruiz, disse que nenhum pedido chegou do partido do ex-presidente para que os advogados desistam ou recuem da ação contra o ex-juiz.
“O jurídico do PL, nem nosso escritório, recebeu pedido algum para desistir da ação ou do recurso caso o peido seja negado no TRE-PR. Qualquer pedido desse tipo seria visto com grande surpresa por nós”, aponta Ruiz.
Um sinal que a relação entre Moro e a família Bolsonaro está melhor foi a declaração do filho mais velho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que disse, na segunda-feira (8/4), no programa Roda Viva, que se opõe à cassação de Moro criticando a iniciativa que uniu o PL com o PT na ação.
Nos três dias de julgamento, Moro vem acompanhando as sessões do seu gabinete, mas nem o senador, nem seus advogados, têm comentado sobre o caso. Apesar da vantagem de Moro no placar, alguns advogados ouvidos pela reportagem apontam que o resultado é imprevisível.
Desde antes do julgamento a expectativa era que uma condenação seria mais provável no TSE, enquanto no TRE-PR, onde o ex-juiz tem relacionamentos mais próximos, era visto como mais provável uma absolvição. Mas, diferente da cassação do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que foi absolvido no Paraná por unanimidade com os sete votos do TRE, e só depois condenado (também por unanimidade) no TSE, Moro já enfrenta dois votos contra ele.
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