A senadora Professora Dorinha Seabra (Uniao-TO), relatora do projeto do novo ensino médio no Senado, acredita que o principal equívoco da proposta foi a ausência de condução e de apoio do Ministério da Educação após a aprovação da reforma em 2017. A entrevistada do C.B Poder desta terça-feira (9/4) — programa do Correio em parceria com a TV Brasília — afirma que muitas ações foram propostas, mas deveriam ter tido o acompanhamento e o apoio dos sistemas de ensino.
“Em particular, houve um achatamento grande em relação à carga horária das chamadas disciplinas básicas ou geral. Nesta ideia, se repete a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e as partes que são chamadas de itinerários formativos ou disciplinas optativas não tinham o objetivo de ser uma complementação aleatória de carga horária”, explica a relatora.
Na visão da senadora, as consequências da falta de acompanhamento do MEC com a pauta causaram um enorme distanciamento dos sistemas. “A medida que houve uma mudança estrutural, com diferenças até no peso da carga horária, afetou na base de trazer para o novo ensino médio uma formação e iniciação profissional, fato que requer investimento público na qualificação dos professores, preparação do sistema, espaço e autonomia dos estados”, analisa Dorinha.
“Tem elementos que foram apontados que precisam ser organizados, mas para esclarecer aos sistemas como eles vão se organizar em relação a isso”, adiciona.
Confira a íntegra da entrevista
Outro ponto importante que está em debate, segundo a relatora, é a questão da língua estrangeira. “Tenho recebido muitas contribuições de entidades que querem discutir sobre a questão da língua estrangeira, como o espanhol, que veio na proposta do Ministério da Educação para permanecer como uma segunda língua, e na Câmara foi retirado”, destaca.
Dorinha reitera que é necessário averiguar como o assunto será tratado e se é possível entrar numa regulamentação. Em sua experiência, a reclamação de falta de professores de língua estrangeira sempre esteve presente, mas o mais importante é pensar em formas de lidar com a situação. “Como é a oferta da língua inglesa, que é um instrumento necessário para a formação? Tem conseguido cumprir a sua tarefa?”, indaga a senadora.
Tema é "prioridade"
O assunto tem urgência para a sociedade, e a demora, aponta, conta de forma negativa para o assunto. “Foi pedido uma prioridade”, conta a professora.
A relatora do projeto no Senado pretende colocar o assunto em votação ainda no mês de abril e, no mais tardar, na primeira semana de maio. “Isso para termos tempo de pensar, de trás para frente, e que até o fim do semestre, no máximo, (o PL) tenha passado pelo Senado, Câmara e se consolidado como uma lei”, finaliza.
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*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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