Em meio a uma forte crise interna, a saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras é vista como quase certa por integrantes do governo federal. Essa história pode ter um desfecho ainda nesta segunda-feira (8/4), com a reunião entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ocorre a partir das 18h, no Palácio da Alvorada.
O ministro Haddad vem evitando comentar sobre o embate entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se intensificou nas últimas semanas. Silveira é crítico da gestão do atual presidente da Petrobras, por entender que os dividendos a serem pagos aos acionistas da companhia deveriam ser retidos totalmente pela empresa, o que não é defendido por Prates, que propõe uma solução "meio-a-meio", no qual apenas 50% seriam distribuídos.
A reunião ocorre após ter sido adiada deste domingo pelo próprio presidente Lula, que teria ficado irritado com a divulgação do encontro pela imprensa. Além de Haddad, os ministros Alexandre Silveira e Rui Costa, da Casa Civil, também devem estar presentes no Palácio da Alvorada.
Telefonema do presidente
Ontem, após ter desmarcado a reunião com os ministros, o presidente Lula telefonou para Silveira a fim de discutir as condições para uma possível permanência de Prates. Segundo interlocutores do Planalto, o ministro de Minas e Energia estabeleceu quatro pontos a serem seguidos pelo atual presidente da Petrobras, na sua visão.
Segundo as fontes, entre os compromissos defendidos por Silveira, estão uma independência maior do mercado financeiro, a defesa de pautas de interesse do governo no Conselho de Administração da Petrobras, o cumprimento do plano de investimentos da companhia aprovado por Lula, além do alinhamento com o governo em relação à pauta sobre os biocombustíveis no Congresso, no qual Prates é, expostamente, contra.
Haddad evitar tomar lado
Em conversa com jornalistas, o ministro da Fazenda disse que caberia apenas à Petrobras a decisão de distribuir, ou não, os dividendos extraordinários aos acionistas. A fala ocorreu logo após um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no início da tarde desta segunda-feira.
Haddad, no entanto, ainda afirmou que o tema estaria bem encaminhado e que a empresa está “robusta”. De acordo com o ministro, os dados sobre o caixa da Petrobras têm sido levados ao presidente. “Temos levado muitas informações para o presidente sobre a situação do caixa da Petrobras para que ele (Lula) possa ter tranquilidade de que o plano de investimento não vai ser prejudicado pelo financeiro”, disse o ministro.
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