CASO ELON MUSK

Padilha sai em defesa do STF e diz que governo Lula dará apoio à investigação

Ministro da Secretaria das Relações Institucionais comparou o dono da X a John Textor, empresário que controla o Botafogo e que afirmou, mas não comprovou, haver manipulação no futebol brasileiro

Em manifestação nesta segunda-feira (8/4), o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, saiu em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF), após os ataques do empresário Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou que não se trata de um ataque individual a um ministro, mas à Justiça brasileira, o que é algo inadmissível.

"Não é um ministro individualmente que está sendo atacado. É um ataque inadmissível. É a Suprema Corte brasileira e o conjunto daqueles que defendem a soberania do nosso país. É inadmissível o ataque feito nesses últimos dias ao ministro, porque não é uma defesa. Uma coisa é alguém se defender. Todo mundo tem direito de se defender, e a Justiça brasileira. Todos os membros da Suprema Corte são aqueles que buscam o tempo todo garantir o direito da defesa das pessoas, mas não foi uma defesa", disse Alexandre Padilha, durante o evento "Inteligência artificial: convergências e divergências sobre como regular", que ocorreu noInstituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

O ministro comparou Musk a John Textor, empresário do grupo que controla o time do Botafogo, do Rio, e que, recentemente, levantou suspeitas e disse haver manipulação no futebol brasileiro, mas não teria apresentado provas.

"Este indivíduo (Musk), um milionário que tem interesse direto nesse tema, fez um ataque à Suprema Corte. Ele disse que a Suprema Corte está praticando a censura no país. Eu fiquei chocado, porque na última semana tivemos dois indivíduos que têm características similares. Um é o Textor, eu diria que é o X do futebol, que fez acusações ao futebol brasileiro, à justiça desportiva, dizendo de manipulação de jogo, sem trazer nenhuma prova, nenhuma prova. O outro é o X das redes sociais. Esses dois têm uma característica muito parecida, são bilionários que acumularam bilhões, bilhões, bilhões de reais nesse mundo globalizado, muitas vezes apoiando regimes antidemocráticos, como a apartheid, e se enriquecendo com a situação, ou fazendo campanha por golpes, dizendo que poderiam apoiar qualquer golpe no país e desrespeitando as instituições e o Estado democrático de direito com um país como o Brasil."

O ministro afirmou ainda que a soberania do país está sendo atacada e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dará todo apoio à essa investigação. "Eu acho que a resposta mais eficiente que nós temos é nos dedicarmos integralmente nos próximos dias para constituir, de um lado, o apoio necessário à Suprema Corte, aos instrumentos de investigação, de apuração e de cumprimento da justiça no nosso país, que estão fazendo um trabalho incansável em relação ao conjunto de inquéritos, do mau uso das redes sociais para propagar o ódio, para atentar contra a democracia, para praticar crimes, que são crimes na vida real e as pessoas acham que não são crimes por estarem no mundo digital. E o senhor sabe que o governo do presidente Lula dará todo apoio à justiça e aos instrumentos de apuração."

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